O chefe da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), Diego Brito, representou a autarquia em um momento especial que aconteceu na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), nesta quinta-feira (29).
O Auditório Jornalista Jorge Calmon abrigou, a pedido do deputado José de Arimateia (Republicanos), uma homenagem a agentes de trânsito e transporte da capital baiana, que receberam o título de “Doutor Honoris Causa”.
Os diplomas, entregues a 25 servidores da Transalvador, foram outorgados pela Ordem dos Capelães do Brasil (OCB) e Faculdade Febraica. A entrega das honrarias – concedidas a pessoas que se destacam em suas áreas de atuação, independentemente de terem graduação – emocionou familiares e amigos dos homenageados, que prestigiaram a cerimônia.
Cada profissional foi chamado nominalmente, com o título ‘doutor’ antes do prenome, assim como constou no documento escrito, onde se destacava “pelo seu extraordinário serviço à sociedade, contribuindo para o progresso das Ciências, das Letras ou Artes ou da Cultura em geral, e aos que tenham beneficiado de forma excepcional à humanidade ou ao país”.
Na ocasião, Diego Brito fez um balanço de sua gestão e abordou temas como a Faixa Azul, que reduziu em 60% os acidentes na Bonocô e será ampliada, e a importância do Maio Amarelo e outros assuntos.
Diego Brito: Eu fico feliz por assumir a Transalvador. Percebi que é um órgão que trabalha 24 horas, e os agentes têm expertise em trabalhar com o trânsito. E esse reconhecimento da ordem dos capelães é mais do que justo. E espero também que outras entidades, outras associações, também reconheçam os agentes de trânsito como uma parte essencial da população, porque sem eles, sem a Transalvador, o trânsito não flui na cidade. A segurança viária também é muito importante. Os agentes de trânsito salvam vidas, são os primeiros a chegarem em qualquer situação que envolva trânsito em Salvador. Essa homenagem é mais do que justa. Espero que outras pessoas reconheçam também a importância dos agentes.
Diego Brito: Na verdade, nós já esperávamos o sucesso que é a Faixa Azul, porque em outras cidades deu certo, principalmente São Paulo, que no Brasil tem o maior índice de sinistros fatais. No primeiro mês, percebemos uma redução de 60% do número de sinistros na Avenida Mário Leal Ferreira. No início tivemos uma rejeição. Tudo que é novo gera desconfiança. Mas os motociclistas aderiram à faixa azul e podemos ver também que acabaram os buzinaços.
Os motociclistas estão gostando. Esperamos também ampliar para outras partes da cidade. Já enviamos estudos da Juracy Magalhães, da Garibaldi e de outras vias da cidade para que essa faixa azul seja implantada. A gente depende muito também da autorização do Senatran [Secretaria Nacional de Trânsito], porque exige também uma readequação da velocidade. O Senatran só permite, em todo local que exista faixa para motos, que a velocidade seja readequada ou para 50 km ou para 60 km, no máximo.
Diego Brito: A Zona Azul desempenha um papel importante porque democratiza o acesso ao espaço público. Não é justo que uma pessoa coloque o seu carro de manhã e venha pegar à noite, sendo que o espaço é público e todos têm que usar. A importância da Zona Azul é essa, é a democratização dos espaços públicos. E nós, na Transalvador, desde que eu cheguei, temos pesquisado locais para que aumente os bolsões de Zona Azul, porque nos bolsões onde existe a regulamentação do Zona Azul, a gente também evita a ação dos flanelinhas, a extorsão das pessoas que querem estacionar seu carro e aí acabam com medo de ser depredado, acabam caindo nessa extorsão.
Diego Brito: Neste mês de maio, é instituído pela ONU, o Maio Amarelo, que visa conscientizar a população sobre a preservação da vida e ajuda a população para perceber que a vida é importante. As mortes no trânsito não têm um valor, não têm uma comoção, como outras mortes, como sinistros fatais em outros locais. Nesse Maio Amarelo, a Transalvador buscou trazer a campanha para a classe que é mais afetada e que tem as maiores vítimas de sinistro, que são os motociclistas. Durante todo esse mês, estamos fazendo rodas de conversas, ontem e hoje mesmo tivemos um treinamento de pilotagem segura. Durante todo o ano, não só no Maio Amarelo, vamos trazer essa classe para cá. Ela já sofre com a precarização do trabalho, com a exploração dos aplicativos.
Diego Brito: A gente tem em Salvador vários polos geradores de tráfego, como chamamos, que são os hospitais, escolas, e temos os locais de maior incidência de congestionamento, que é a rodoviária e a Paralela. Naquela região da Paralela, o prefeito Bruno Reis está implementando dois novos viadutos, um já foi inaugurado, que é o Duda Mendonça, e tem outro viaduto que liga a Juracy Magalhães para a região do Detran. Todas essas intervenções visam desafogar o trânsito naquela região. Eu acredito que aquela região venha a melhorar porque é ela que causa toda a retenção na Paralela no sentido centro, porque a rodoviária vai sair daquele local e vai para Águas Claras, então todo aquele polo gerador de tráfego vai sair dali.
E com esses novos viadutos, a tendência é que aquilo ali melhore mais ainda. Mas a gente tem estudado vários outros pontos. A gente já tem estudado a criação de um novo sistema viário, e enquanto esse novo sistema não acontece, temos feito ações durante todos os dias.