Corrente petista Avante é acusada de tentar burlar regras do partido para beneficiar figurões
O Partido dos Trabalhadores em São Sebastião do Passé filiou de uma só vez, no último dia 28 de fevereiro, data limite para que os novos filiados possam votar no Processo de Eleição Direta (PED) da sigla, 184 servidores em cargos de comissão da prefeitura municipal.
O PT proíbe filiação em massa apenas para fins eleitorais e membros da Executiva Municipal do partido entraram com pedido de impugnação das filiações dos servidores públicos junto à Executiva Estadual.
“Há graves indícios de filiação em massa sob persuasão ou que, talvez, estas pessoas sequer tenham conhecimento da referida filiação”, condenou Maria Eliana Rocha, membro da Executiva Municipal e uma das autoras da ação.
Ainda conforme a denúncia, todos os novos filiados estão na folha de pagamento da prefeitura. “Sendo, em sua maioria, pessoas contratadas para o cargo de serviços gerais, onde predomina o regime de livre contratação, ou seja, servidores temporários que não possuem nenhum tipo de estabilidade. Isso causa prejuízo à democracia partidária”, condenou a petista.
Além da filiação em massa, a ação aponta a filiação de lideranças detentoras de cargos ou dirigentes de outros partidos que necessitam da análise e aprovação da intâncias superiores, conforme determina o estatuto do partido.
É o caso do atual secretário de Agricultura do Município, Roberto Rivelino, que é ligado ao secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso, da corrente interna Avante, e disputou o cargo de deputado federal em 2022 pelo MDB, partido que presidia até o último dia 28 de fevereiro.
“No caso de mandatarias ou mandatários federais, a filiação deve ser confirmada pela Comissão Executiva Nacional, conforme dispõe o Artigo 5º, Inciso 1º, do Estatuto”, afirma na ação encaminhada à Executiva Estadual.
O PT em São Sebastião do Passé é presidido atualmente por José Carlos da Paz, ligado à mesma corrente de Osni, que se aliou recentemente à atual prefeita Nilza da Mata (PSD) após as eleições municipais de 2024, disputada contra o candidato Ângelo Santana, do PT.
Osni Cardoso tenta disputar com Olívia Santana (PCdoB) o apoio da atual gestora para o pleito de 2026, quando deverá tentar a reeleição para deputado estadual.
