O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), voltou a tecer duras críticas aos prefeitos que não fizeram à transição. Ele apontou uma série de irregularidades constatadas em diversas gestões municipais durante a inauguração de dez novos leitos de UTI cardiovascular no Hospital Ana Nery, nesta quarta-feira (11).
O governador defendeu que o prazo para a transição administrativa deveria ser ampliado e criticou a falta de transparência de alguns gestores na passagem do cargo.
“A transição que a lei permite, eu acho que deveria ser antes. Eu acho que a transição deveria ter um prazo antes do dia 1º de janeiro. Hoje, um novo gestor assume sem um relatório consolidado e sem informações essenciais. O Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e o Ministério Público precisam atuar sobre isso”, afirmou.
Jerônimo Rodrigues mencionou casos em que prefeitos e prefeitas não forneceram dados básicos para seus sucessores, prejudicando diretamente a população. “É estarrecedor um prefeito não entregar informações sobre a lista de pessoas que fazem hemodiálise. Como é que um novo gestor assume sem saber quem precisa de transporte para tratamento fora do domicílio? Isso não pode continuar acontecendo”, criticou.
O governador destacou ainda denúncias recebidas sobre a deterioração proposital de frotas de veículos públicos antes da transição. “Temos relatos de ônibus com areia dentro do motor, pneus retirados de ambulâncias, veículos entregues sucateados de forma proposital. Isso precisa ser investigado e punido”, declarou.
Jerônimo Rodrigues informou que solicitou relatórios dos prefeitos sobre as condições em que receberam os municípios e que pretende encaminhar os documentos às autoridades competentes. “Pedi que os prefeitos me entregassem relatórios detalhados. Estou sistematizando essas informações e vou repassá-las ao Ministério Público, ao Tribunal de Justiça e ao TCM. O certo e o errado têm que valer para todos, independentemente de partido político”, ressaltou.
O governador cobrou mais atuação dos deputados estaduais e demais agentes públicos na fiscalização das prefeituras. “Deputado tem que ter coragem de denunciar. O parlamentar é um fiscal do dinheiro público e precisa cumprir esse papel com responsabilidade. Não podemos normalizar essas situações”, enfatizou.