O ex-ministro Geddel Vieira Lima classificou como uma avaliação equivocada o movimento encabeçado pelo senador Jaques Wagner em defesa da chamada chapa dos governadores, que teria o ex-governador e ministro da Casa Civil, Rui Costa, indo disputar o Senado Federal, e o atual ocupante do cargo, Jerônimo Rodrigues (PT), indo à reeleição.
Ele explica que o voto dos petistas tem matriz comum, mais à esquerda, e avalia que a pluralidade de bases é o que tem resultado no sucesso do grupo político no Estado.
(…) Eu gosto dele (Wagner), eu gosto daquele jeito dele de sabido, no bom sentido. Gosto, pessoalmente. Portanto, o que eu vou dizer aqui, não tenho nenhuma intenção de polemizar. E por não ter intenção de polemizar, eu começo reconhecendo que ele tem total legitimidade pra propor o que ele quiser, chapar com três, chapar de quatro, chapa com tudo. Cabe as outras lideranças políticas, outros partidos, se manifestarem”, apontou Vieira Lima em entrevista ao Ao Vivo Pod, Podcast do Política ao Vivo.
“Eu já me manifestei sobre isso. Eu acho que, primeiro, é fora de hora. Por todo o respeito que tenho ao senador; salvo se for pra ele propor, momentaneamente, uma questão interna do PT. Segundo, na minha ótica, é uma avaliação equivocada. Porque se você parar pra ver, o voto de Rui, o voto de Jerônimo e o voto de Wagner, tem a mesma matriz, tem a mesma origem. É aquele voto. Mais à esquerda, movimento social, isso, aquilo, aquilo, outro”, aponta o mdebista.
“O voto que agregou a ele ao longo desse tempo foi o voto das alianças. Quem que vai agregar a ele em 2026? Eu vou usar aqui uma figura que vocês vão entender, é a minha mulher. Você está entendendo que vai votar neles se eu fizer campanha, se eu pedir. São eleitores meus, do meu partido, de outros partidos, do PSD, que vão votar no candidato, na reeleição de Jerônimo; na medida que essa liderança, esses partidos, morem pra rua fazer campanha. Se esses partidos não forem pra rua fazer campanha, optarem por outra alternativa, grande parte desses votos migram”, arrematou o político.
Geddel Vieira Lima não vê a chapa dos governadores como imbatível e garantia automática de sucesso. Ele lembra que já houve chapa com ex-governdores na história recente do Estado que foi derrotada.
“Então eu não acho que seja uma coisa automática, a chapa de vencedores, três governadores e tal. Se fosse assim, ACM nunca tinha perdido poder, era só manter uma chapa sem César Borges, ACM, Paulo Souto… Daqui a pouco, não querer ressuscitar João Durval; não é parâmetro, o parâmetro é a pluralidade”, reforçou Vieira Lima.
Espaços
O cacique do MDB defendeu o direito que os partidos que já estão na chapa estão tendo em requerer suas reconduções e evitou tratar do pleito de Rui Costa requerendo uma vaga na chapa de 2026.
“O PSD já está extremamente bem representado pelo senador Otto Alencar, um brilhante senador da República, que até tem uma atuação no Senado Federal que me surpreendeu. Hoje tem o Coronel que está disputando legitimamente a reeleição, quer ser candidato, mas esse é um problema deles lá. Tem o Wagner, que é candidato a reeleição com toda a legitimidade para postular, e o Jerônimo que também é candidato a reeleição”, aponta Geddel.
“Rui não é nada (Nos apelos pela chapa), é o ministro da Casa Civil e ele tem toda a legitimidade para continuar lá. E você tem Geraldo Júnior, vice-governador com toda a legitimidade partidária e pessoal para reivindicar. Dizer que é importante para o MDB, para a manutenção da aliança ter Geraldo Júnior na vice”, destacou Geddel Vieira Lima.