O prefeito de Juazeiro, Andrei Assis, anunciou nesta quinta-feira (16) o cancelamento do Carnaval 2025 da cidade. A decisão foi tomada após recomendação do Ministério Público da Bahia (MP-BA), que orientou a prefeitura a avaliar a viabilidade de realizar a festa com recursos próprios, enquanto perdurar o estado de calamidade financeira, decretado pelo gestor no início deste mês.
O anúncio foi feito ao lado do secretário de Cultura e trouxe detalhes sobre a situação econômica do município. “A gente está aqui com o coração na mão para informar o povo de Juazeiro uma decisão muito difícil. A decisão de cancelar o carnaval. A gente está aqui discutindo o fluxo financeiro do município. Juazeiro, dos municípios que decretaram calamidade no Brasil, é a quinta cidade com maior endividamento, mais de 300 milhões de reais de endividamento até o momento”, afirmou o prefeito.
Segundo Andrei, a prioridade é garantir o pagamento dos servidores e fornecedores. “Juazeiro tem duas folhas para pagar, uma folha da educação da ordem de 9 milhões de reais e uma folha da saúde que se aproxima de 15 milhões de reais. Nós não podemos ser irresponsáveis com nossos servidores e com os fornecedores do município. E precisamos tomar a decisão, uma decisão que vai influenciar em Juazeiro”, acrescentou.
O decreto de calamidade financeira, válido por 30 dias e prorrogável, foi emitido devido ao alto endividamento do município, que enfrenta dificuldades para arcar com compromissos básicos.
Juazeiro figura na lista das cidades com maior débito no país: Cuiabá lidera, seguida de Belford Roxo (RJ), que está fechada por ao menos 15 dias para reorganização, com dívidas que somam R$ 1,5 bilhão. Cabo Frio (RJ) tem dívida estimada em R$ 1,4 bilhão, o que representa 84% da receita estimada para 2025. São João do Meriti (RJ) decretou calamidade financeira por dívidas que ultrapassam R$ 400 milhões. Juazeiro (BA) está devendo ao menos R$ 300 milhões. Campo Limpo Paulista (SP) tem saldo negativo de R$ 262,7 milhões.