O deputado federal e líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR), afirmou, em coletiva na manhã desta quinta-feira (12), durante chegada ao Senado Federal, que nunca participou da negociação da Covaxin e que nunca tratou do tema com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
“Eu não estava na sala quando meu nome foi citado. Isso será esclarecido hoje. Era importante para CPI ter alguma coisa a se apegar; hoje vamos esclarecer todo esse mal entendido. A verdade nos libertará. Nunca tratei desse assunto com o presidente Bolsonaro, acho que ele está correto ao não responder Luis Miranda. Sou um terceiro citado em uma conversa de outros em que uma parte não confirma a informação. Criou-se uma versão repetida muitas vezes por senadores da CPI, que até pediram para o presidente repetir; o presidente não pode repetir o que nunca disse”, explicou Barros.
O nome de Barros virou alvo da CPI durante o depoimento do também parlamentar Luis Miranda (DEM-DF), que disse durante oitiva na CPI da Covid, que, ao levar as suspeitas de corrupção envolvendo a compra da Covaxin pelo Ministério da Saúde, Jair Bolsonaro teria citado o nome de Ricardo Barros como provável mentor do esquema, em março de 2021.
O deputado federal do PP reforçou na entrevista: “O presidente Bolsonaro nunca afirmou que eu estava envolvido no caso Covaxin. Nunca tratei com ele sobre esse tema. Eu nunca participei de nenhuma negociação da Covaxin, o meu interesse sempre foi o de mais vacinas, o mais rápido possível para todos os brasileiros”.
Após dizer que “isso era coisa de Ricardo Barros”, Bolsonaro prometeu que acionaria o “Delegado-Geral da Polícia Federal”. O comunicado à PF só ocorreu após o início da CPI da Pandemia e do caso se tornar público por Miranda, em Junho. Diante da demora na comunicação, a CPI avalia que o presidente da República cometeu crime de prevaricação, que é o ato de acobertar um ilícito na administração pública.
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