Na ACB, Presidente do Conegro apresenta Carta Salvador, que expressa o drama do Povo Preto do Brasil e África e cobra apoio global; documento será lançada na COP

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O presidente do Coletivo Nacional de Organização Negra (Connegro), Cristiano Santos, ressaltou neste domingo (2) o papel da entidade como uma “ponte” entre a sociedade civil e o setor produtivo na construção de políticas voltadas à justiça climática e à adaptação das periferias vulnerabilizadas.

A declaração foi feita durante entrevista à imprensa, na Associação Comercial da Bahia (ACB), em Salvador, durante a abertura social do Simpósio Internacional Justiça Climática e Adaptação.

Santos destacou a importância da parceria com a presidente da ACB, Isabela Suarez, que abriu as portas da instituição para sediar o evento. “Hoje estamos tendo a oportunidade de estabelecer um link entre a sociedade civil e o setor produtivo. A Associação Comercial da Bahia acolheu o início das atividades do simpósio, que faz parte do projeto Carta de Salvador”, afirmou.

O dirigente explicou que o projeto Carta de Salvador resulta de um circuito de escutas qualificadas realizado em sete cidades do Sul Global, envolvendo comunidades brasileiras e africanas. As escutas ouviram populações tradicionais, quilombolas e ribeirinhas em locais como Maragogipe (BA) e João Pessoa (PB), além de experiências internacionais em Angola e Zâmbia.

“Estivemos em Luanda, em Angola, e conhecemos comunidades que vivem em casas de chapas de aço, em temperaturas que chegam a 45 graus. É inadmissível que essas pessoas continuem vivendo nessas condições”, afirmou.

O documento resultante dessas escutas, a Carta de Salvador, será entregue a autoridades locais e levada à COP30, com o objetivo de reforçar o compromisso internacional com o financiamento da adaptação climática em países mais pobres.

“A Carta de Salvador traz as exigências da sociedade civil em relação aos compromissos assumidos no Acordo de Paris. Queremos que os recursos do fundo global cheguem primeiro às populações que mais sofrem com as mudanças climáticas, embora sejam as que menos poluem”, explicou Santos.

Ele enfatizou ainda que o Connegro busca superar o papel de movimento social e se consolidar como uma instituição de articulação e diálogo entre os setores público e privado.

“Nós não somos apenas um movimento de militância. Somos uma organização social ponte, que aproxima o setor produtivo das comunidades que precisam de políticas de adaptação e inclusão”, concluiu.

O Simpósio Internacional Justiça Climática e Adaptação acontece nesta segunda-feira (3), na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA), e reunirá representantes do Brasil e de países africanos para debater soluções sustentáveis para comunidades vulneráveis diante das mudanças climáticas.

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