Deputado Binho Galinha grava vídeo antes de ser preso e diz confiar na Justiça: “Se eu fosse miliciano, não teria voto do povo”

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Horas antes de se entregar ao Ministério Público da Bahia (MP-BA), na última sexta-feira (6), o deputado estadual Binho Galinha (PRD) divulgou um vídeo negando todas as acusações que o apontam como líder de uma organização criminosa.

O parlamentar foi preso no âmbito da Operação Estado Atômico, desdobramento da Operação El Patrón, que investiga crimes como lavagem de dinheiro, agiotagem, jogo do bicho, tráfico de drogas e comércio ilegal de armas.

No vídeo, gravado momentos antes de se apresentar ao MP, Binho Galinha aparece sereno, vestido de forma simples, e faz um apelo à população que o elegeu. “Se eu fosse miliciano, se eu fosse extorquidor, se eu fosse agiota e tivesse tomando as coisas dos outros, vocês acreditavam que eu ia ter essa quantidade de votos? Eu não tenho família política, não tenho tradição política. A Justiça tá aí pra fazer o que é certo”, declarou o parlamentar, que recebeu 49.834 votos nas eleições de 2022.

A defesa de Binho Galinha também divulgou uma nota oficial rebatendo as acusações e afirmando que o deputado nunca esteve foragido. Segundo os advogados, ele teria comparecido espontaneamente ao fórum de Feira de Santana em duas ocasiões recentes, o que demonstraria “intenção de colaborar com a Justiça”.

Os advogados Gamil Föppel e Robson Oliveira classificaram a prisão como “desproporcional e ilegal”, argumentando que a decisão foi tomada por uma autoridade “incompetente para o caso”. A defesa também criticou a prisão dos familiares do parlamentar — incluindo pai, mãe e irmão — e denunciou o “espetáculo midiático” da operação, que segundo eles teria exposto os investigados de forma abusiva.

A Operação Estado Atômico foi deflagrada pelo Ministério Público da Bahia, por meio do Gaeco, em conjunto com a Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA). O grupo é acusado de liderar um esquema criminoso que envolveria políticos, empresários e agentes públicos de Feira de Santana e região.

Apesar da gravidade das acusações, o tom do vídeo e a repercussão nas redes sociais demonstram que o deputado busca manter a narrativa de perseguição política, reforçando o discurso de que “a verdade será restabelecida”.

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