Presidente da CBPM, Carballal elogia prefeito de Belmonte após atuação para destravar investimento bilionário e critica atuação da Coelba
O presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Henrique Carballal, elogiou o prefeito de Belmonte, Iêdo José Menezes, e teceu críticas contra a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba).
A fala aconteceu nesta segunda-feira (9), durante apresentação de projeto voltado à transição energética em evento na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).
“Hoje pode ser um dia histórico para o município de Belmonte, para o estado da Bahia. Parece que hoje, o presidente da Câmara de Belmonte irá apreciar o projeto de doação do terreno para a empresa Homerun Brasil. Aprovando hoje, a partir de amanhã, dependendo do contrato que a empresa tenha com a empreiteira, a obra começa”, disse Carballal.
“Ou seja, a gente de fato tem um cronograma para que daqui a dois anos e meio, no máximo, nós tenhamos essa indústria funcionando. Eu queria pedir uma salva de palmas para o prefeito da cidade, pela capacidade, competência, sensibilidade, honradez e compromisso público de entender que o que era patrimônio valor deveria ficar lá, com o seu povo”, seguiu.
O presidente da CBPM destacou: “Com muito esforço e rapidez, reparem, estamos há um ano lutando para ter um terreno para instalar uma indústria no estado da Bahia e ele, em dois meses, resolveu essa questão”.
Na oportunidade, Carballal criticou a Coelba. “Mas eu tinha um problema: a infraestrutura. Como que eu vou instalar uma indústria? A indústria precisa de energia para funcionar. “Queria aproveitar aqui a FIEB, pedir mais uma vez o seu apoio, do presidente Carlos Henrique, porque a Coelba nos atrapalha muito. O governo da Bahia já apresentou algumas críticas sobre isso, mas acho que a sociedade baiana tem que discutir de forma plena essa questão das privatizações dos setores estratégicos. A gente precisa discutir isso”, completou.
Transição energética
Idealizadora do projeto “Brasil Transparente”, desenvolvido em parceria com a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), a empresa Homerun Brasil foi apresentada às indústrias, nesta segunda-feira (9), em evento realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), em Salvador. Diretamente voltado à transição energética, o projeto representa um investimento de R$ 1,8 bilhão no estado da Bahia.
O grande destaque do projeto é a construção da primeira fábrica de vidro solar fora da China no município de Belmonte, região sul da Bahia. O empreendimento será dedicado à produção de painéis fotovoltaicos de alta performance, a partir da sílica de elevada pureza encontrada exclusivamente em território baiano. A unidade fabril utilizará tecnologia de ponta e integrará a cadeia de produção de energia limpa, posicionando o estado da Bahia como um protagonista global na indústria fotovoltaica.
Para o presidente da CBPM, Henrique Carballal, o projeto representa o rompimento de uma lógica colonialista à qual o Brasil foi submetido ao longo do seu processo histórico. “Nós estamos montando aqui na Bahia, pela primeira vez na história, uma mina que gera uma commodity a ser processada com altíssima tecnologia, com a cadeia totalmente verticalizada no município de Belmonte, que é esse vidro solar”, ressaltou.
Protagonismo global
A Homerun Brasil terá a missão de construir e operar a planta industrial, cuja produção alimentará diretamente a cadeia global de energia solar. O diretor-presidente da empresa canadense, Antonio Vitor, destacou o potencial da matéria-prima a ser utiliza neste processo: a areia silicosa presente em área da CBPM, no distrito de Santa Maria Eterna, em Belmonte.
“A Bahia tem a única sílica com essa qualidade de pureza no mundo. Nenhum outro canto do planeta, até esse momento, tem a mesma sílica. Essa sílica transformada em vidro solar vai capacitar a absorção da luz nesses painéis fotovoltaicos”, destacou.
“Com essa tecnologia, as placas solares poderão gerar até o dobro da energia em relação às atuais. A Bahia se colocará na posição do segundo local no mundo que fabricará vidro de painel solar”, emendou Antonio Vitor.
Sustentabilidade e inclusão
O projeto contempla, ainda, ações voltadas à sustentabilidade, como o uso de energia limpa, reaproveitamento de água, minimização de resíduos e a criação de um fundo de educação voltado à qualificação e inclusão produtiva da população local.
Com essa iniciativa, a Bahia avança significativamente rumo a uma economia mais verde, inovadora e inclusiva, reafirmando seu protagonismo na transição energética e no desenvolvimento de uma indústria nacional de base tecnológica e ambientalmente responsável.
