O prefeito de Salvador, Bruno Reis (UB), mirou o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, ao apontar que a falta de comando do Estado como o responsável pela crise de invasões de terra no sul da Bahia.
“Isso mostra a falta de liderança do Estado, de comando. O mínimo que o Estado poderia oferecer aos produtores era a segurança jurídica, o direito à propriedade. Então a gente não pode, em hipótese alguma, permitir, até porque recente saiu uma regulamentação das áreas que caberiam aos indígenas e foi uma parcela significativa das áreas da Bahia”, criticou Bruno Reis em entrevista após participação na entrega da Comenda 2 de Junho ao presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva Junior.
A região extremo sul da Bahia têm registrado diversos conflitos entre produtores rurais e indígenas. Um indígena da etnia Pataxó foi assassinado a tiros durante um ataque a uma comunidade na Terra Indígena (TI) Barra Velha do Monte Pascoal, situada no extremo sul da Bahia, no último dia 10. Uma comitiva do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), liderada pela ministra Sonia Guajajara, embarca para a região nesta segunda-feira (24).
“Um assunto que já está regulamentado, permitir que milícias, que tráfico de drogas, que a cada dia a gente vê que está perdendo os limites, não só aqui em Salvador, quando impõe restrições a entradas diárias; não só quando quer estabelecer consumo de produtos exclusivos do tráfico, como internet. A gente está vendo agora essa violência chegando ao campo. Então, efetivamente, precisa ter uma atuação, uma ação das autoridades, em especial do governo do Estado, no cumprimento das reintegrações de posse e impedido que áreas produtivas possam ser invadidas”, arrematou o prefeito de Salvador.
O Governo do Estado anunciou na última quarta-feira (19) a criação de um grupo de trabalho para tratar dos conflitos agrários na região do extremo sul da Bahia. O anúncio foi realizado pelos secretários de Relações Institucionais (Serin) Adolpho Loyola e da Segurança Pública (SSP) Marcelo Werner durante agenda em Teixeira de Freitas.
A criação de operação nos moldes da Operação Safra, que já é realizada na região oeste há mais de 10 anos, também foi discutida durante a ida dos secretários ao município. Além da representação do próprio governo estadual, o grupo contará com representantes da Federação da Agricultura da Bahia (FAEB) e dos povos originários. A primeira reunião de trabalho já ficou definida para a segunda-feira (24), às 15h, na Serin, no Centro Administrativo da Bahia (CAB).
Ao tratar da outorga da Comenda 2 de Julho ao presidente da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva Junior, Reis declarou:
“Do agronegócio brasileiro, sem sombra de dúvidas, o maior especialista que nós temos, que muito nos orgulha à frente da Confederação Nacional da Indústria, como é bom ter um baiano nesta posição, todas as homenagens que João recebe ao longo da sua vida são poucas perto dos serviços prestados que ele realizou, tanto para o nosso estado, mas para o nosso Brasil, sabe a importância do agronegócio, não só porque é responsável pela produção dos alimentos que nos alimentam e alimentam o mundo, mas também pelos empregos que geram, pela renda que gera, pelos impostos, esse setor extremamente importante para a economia que faz com que o Brasil esteja entre as dez principais economias do mundo”, apontou o chefe do executivo da capital.
“Um setor que a gente sabe hoje a dificuldade de quem quer produzir em todas as áreas do Brasil e no água não é diferente, tem o importante de ter representantes fortes, representantes capazes de defender as bandeiras desse segmento e então João fez isso durante esses 50 anos de atividade tensa, profissional, principalmente defendendo o associativismo, defendendo a produção agrícola. Então hoje a Assembleia confere a sua maior honraria que é a Comendador de Júlio ao ilustre baiano motivo de orgulho para todos nós”, concluiu o Bruno Reis.