Durante uma entrevista coletiva nesta segunda (16), o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, abordou os avanços e os desafios em torno do projeto de construção e operacionalização do aeroporto de Feira de Santana. O governador destacou que, embora a infraestrutura necessária para o aeroporto esteja encaminhada, o grande desafio está em viabilizar sua operação e definir sua função estratégica na logística e transporte da região.
“Para mim o desafio maior não é de obra. Nós temos um terminal de bom tamanho, se precisar mais adiante tem como crescer. A pista da mesma forma, inclusive para grandes voos, a cerca de proteção, nós estávamos em um impasse sobre desapropriação que foi resolvido”, afirmou Jerônimo.
No entanto, ele apontou que a operação de voos comerciais regulares enfrenta dificuldades, principalmente para rotas curtas como Feira de Santana-Salvador. “Para mim o desafio maior é o termo de voos. O que a gente já percebeu e por estudos que com voos para Salvador praticamente é inviável [ter voos para Feira], pelo menos com aeronaves médias, grandes. Talvez voos menores justifiquem, mas o desejo de nós, e o planejamento, é que o aeroporto passe a ser um ponto de logística”, explicou.
Segundo o governador, a proposta é que o aeroporto se torne um hub para transporte de cargas, otimizando o fluxo de mercadorias entre o interior e outras regiões, sem depender do aeroporto de Salvador. “O que é que passa por aqui por Feira que não precisa ir a Salvador, possa sair daqui de transporte de cargas, por exemplo? O que é que vem de cargas para o interior que não precisa ir parar em um aeroporto de Salvador?”, questionou.
Jerônimo também destacou que o sucesso do aeroporto depende da colaboração entre o governo, empresários e a sociedade local. “As conversas com empresários, eu tenho feito. Tenho pedido às empresárias para que nos ajudem a fazer um desenho do que é que pode ser feito no aeroporto. Agora, eu não abro mão. Há pouco tempo ali alguém perguntou, colega de você, o aeroporto já tem Salvador, merece o tamanho de Feira, porte de Feira, tem bolso particular. Então imagina se alguém é empresário e quer pousar em Feira e tem que… o que nós temos que encontrar é uma saída para juntar as mãos, juntar deputados, o prefeito, o governador, a gente achar uma saída com as empresas e a gente botar voos.”
O governador ainda sinalizou a possibilidade de implantar voos regionais e interestaduais, conectando Feira de Santana a outros destinos do Nordeste. “Quem sabe voos regionais, daqui para o interior, daqui de Feira de Santana para Recife, então acharmos voos dessas naturezas”, sugeriu.
Com um papel estratégico na economia do estado, o aeroporto de Feira de Santana tem o potencial de impulsionar o desenvolvimento logístico e comercial da região. No entanto, a realização plena desse projeto depende de articulação política, planejamento e parcerias com o setor privado.