O governador Jerônimo Rodrigues (PT) voltou a cobrar um posicionamento público do ex-prefeito de Salvador, ACM Neto (União Brasil), após a operação Overclean da Polícia Federal (PF) — que investiga um desvio de R$ 1,4 bilhão no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), na Coordenadoria Estadual da Bahia (CESTBA), prender parlamentares do União Brasil e o empresário Marcos Moura, amigo pessoal de Neto.
Durante a visita guiada ao canteiro de obras do VLT, nesta segunda-feira (16), Jerônimo afirmou que é fundamental que ACM Neto se pronuncie e esclareça as questões que envolvem a operação, principalmente no que diz respeito a desvios de dinheiro público com nomes ligados ao grupo político dele.
“Agora eu só quero que o ex-prefeito possa também prestar contas, porque é obrigação dele. O dinheiro desviado deveria ser usado para construir sistemas de água, poços e tanques para as comunidades. O povo da Bahia precisa disso. […] As pessoas precisam ser punidas. É um absurdo o que está acontecendo, e eu, como governador, vou continuar cobrando transparência e responsabilidade na administração pública”, completou o petista.
O governador também mencionou a aparente ausência de ACM Neto nas redes sociais, sugerindo que o ex-prefeito estaria “sumindo” da opinião pública. Na oportunidade, Jerônimo ainda provocou o Correio da Bahia, que pertence à família Magalhães.
“Eu vi ele [ACM Neto] sumindo das redes, os stories dele não falam mais. O próprio jornaleco [Correio] desapareceu. Eu quero que o jornal entreviste ele, que ele tenha que dar explicações sobre essa fuga”, declarou.
Operação Overclean
A “Operação Overclean” foi deflagrada nesta terça-feira (10) em uma ação conjunta entre a Polícia Federal, a Controladoria-Geral da União (CGU), o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal, com o apoio da Agência Americana de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI).
A investigação começou em 2023, após uma denúncia de lavagem de dinheiro envolvendo sócios de uma empresa contratada pelo Dnocs sobre projetos executados a partir de 2017.
A apuração revelou que a organização criminosa usava empresas de fachada e “laranjas” para fraudar contratos públicos e lavar dinheiro. A ação apura fraudes licitatórias, desvios de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.