Em meios aos rumores de reforma, Juca Aleixo retorna com sua pena de ganso para mostrar que na Bahia o importante que tudo mude para as coisas permanecerem como estão.
Novo governo
Mais do que uma reforma no secretariado, as mudanças a serem promovidas pelo governador da Bahia deve dar início a um novo governo pelos próximos dois anos. A insatisfação generalizada entre os prefeitos, aliada a uma máquina burocrática ainda pesada para resolução dos seus próprios problemas deve dar lugar a um governo mais político e menos técnico, visando preparar o terreno para 2026. O governo deverá sofrer também um aumento da influência da trindade, que precisa alinhar os motores e preparar o terreno diante do novo cenário de pressão que se desenha para disputa.
Terreno arenoso
Apesar da queda de braço entre o Correria e o Galego pela indicação do comando da comunicação, ambos sabem que a área deverá ser conduzida por alguém capaz de coordenar tanto a interface da comunicação governamental, quanto a política e com o mercado, sendo a última a mais delicada delas.
Terreno arenoso parte 2
Dos nomes na mesa, dois largam na frente pela experiência ao lidar com os braços da comunicação, mesmo em uma menor proporção: Diogo Medrado e Éden Valadares. O primeiro soma experiência desde o período à frente da extinta Bahiatursa, seguindo no comando da Superintendência de Fomento ao Turismo. Homem de confiança de Rui Costa, Medrado é ordenador de despesa e costuma conduzir seu trabalho estreitando laços tanto com o setor de entretenimento quanto com o de comunicação. O segundo, apesar de mergulhado no ambiente político, tem buscado com frequência manter boa interface com a imprensa, se posicionando com constância em defesa do governo. Sucessor espiritual de Jaques Wagner, Valadares tem o jogo de cintura necessário para pasta e foge do perfil ideológico radical, apesar de ser presidente do partido. Apresentado como um coringa por Wagner, André Ferraro é mais ligado ao mercado publicitário do que ao mundo político. Há também o coringa de Rui Costa, um jornalista com passagem pela Secom e conhecido por comandar campanhas políticas do lado vermelho: Diego Mascarenhas. Comenta-se que o governador tem uma candidata do coração, mas a moça carece de apoio político para tal empreitada.
Menção honrosa
Apesar de ensaiada em diversos momentos, a saída de André Curvello da Secom deve ocorrer mesmo neste final de ano. A medida gerou surpresa tanto em aliados quanto em opositores, que vêem no secretário figura chave para o sucesso das gestões petistas desde Rui Costa. O profissionalismo e o jogo de cintura de André o fizeram figura respeitada. Por diversas vezes foi apontado por opositores como o melhor secretário do governo Rui Costa, pelo desempenho da função sempre conseguindo potencializar programas e projetos do governo.
Nova casa
Cresce rumores de que o destino do atual secretário da Casa Civil será o comando da secretaria de Administração do Estado. A medida é parte da mudança estratégica promovida para dar uma cara de Jerônimo a gestão. Afonso Florence é considerado por Jerônimo como o seu padrinho na política e responsável por seu ingresso na vida pública.
Ela
Roberta Santana se tornou uma coringa na gestão Jerônimo Rodrigues, após performar bem tanto na função técnica como na política. A especulação para Casa Civil não vem à toa, apesar da chance alta de permanecer onde está, dado os desafios que a pasta comporta. Uma coisa é certa, o novo nome da pasta terá anuência do governador e do PT.
Ele
Articuladores do governo garantem que o destino do federal de Feira será mesmo o governo do Estado, apesar de Zé Neto já manifestar o desejo de retornar à Câmara dos Deputados.
A Federal
Entre os sonhos do governador da Bahia está uma operação para transformar a irmã vereadora em deputada federal nesta Legislatura, dando a ela uma chance de reeleição. Com 53.306 mil votos, Marta Rodrigues é a 2º suplente do PT. Para Marta assumir, a primeira suplente, Maria Marighella, vai precisar assumir e renunciar ao cargo. Interlocutores garantem que o problema é que a vaga também é o sonho da presidente da Funarte, que espera exercer o mandato como forma de homenagear seu avô, o guerrilheiro Carlos Marighella que teve o mandato de deputado federal cassado.
Reingresso
Fontes garantem que o reingresso do PP à base poderá ser feita através da entrega do comando do Planejamento, pasta que já esteve sob o controle do partido em um passado recente.
Reingresso parte 2
Ala mais radical do partido e do governo defende que o PP deve retornar por baixo, tendo como porta de reingresso o comando do Detran ou da Agerba. A avaliação é de que entregar uma pasta para um partido que não estará 100% pode ser um erro estratégico.
Risco alto
O movimento do Avante para obter o comando da Embasa, com a anuência do cacique da sigla, está sendo apontando como o ponto crítico das reformas, apesar de muita gente do alto escalão colocar como remota a chance de sucesso da operação, já que a indicação seria a troca de um quadro técnico por um político. Léo Góes tem como trunfo para se manter à frente da Embasa o processo célere de interiorização da oferta de água e esgoto, e a melhora da imagem pública da empresa, o que forneceu um nota alta no mercado, o que facilita captação de recursos e a constituição de parcerias. Mentes pensantes do governo apontam que a troca poderia colocar em risco tanto o serviço como a imagem da empresa, o que afetaria a imagem do próprio governo.
Quem indica?
A guerra pela indicação da vaga aberta no TCE após a morte de Pedro Lino pode ir parar no STF. Articuladores garantem que o governador sondou a PGE que deu o aval de que a vaga poderá entrar na conta. Os auditores garantem que a vaga é interna e que não aceitarão ingerência. O imbróglio deve mesmo ir parar na Alta Justiça.
Indicação surpresa
E falando em tribunal de contas, o diagnóstico de uma doença poderá gerar a indicação de um quadro político importante para o tribunal. O político estaria cansado da dinâmica do mandato e poderá ter no refúgio das contas a tranquilidade para seguir com o tratamento e com a vida.
Viagem da discórdia
A prefeita de Eunápolis decidiu tirar férias no exterior a poucos dias de encerrar o mandato. Ocorre que a cidade enfrenta um período de crise e desassistência em diversos áreas, fruto de um contingenciamento. Na cidade a queixa contra a gestora é geral, apontando que a a viagem não é só fora de hora, mas um deboche com o povo. Há quem garanta que ela deixa vida pública sem deixar saudades e sem chance de volta.
Páreo duro
A disputa pelo comando da OAB-BA coloca um poderoso operador do direito e sua turma em embate direto com o grupo petista. O homem, que carrega o sobrenome de ex-procurador-geral da República, articula uma rede de desembargadores e seus filhos, influentes nos tribunais, e está atuando de maneira agressiva para garantir a vitória da chapa de Oposição. Analistas garantem que a advocacia baiana não será mais a mesma após esse pleito.