As últimas 24 horas em Brasília foram de grandes emoções, após circular rumores de que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), em acordo com o Palácio do Planalto em troca de um ministério, escolheria o deputado federal do Republicanos da Paraíba, Hugo Mota, para ser seu sucessor.
As especulações de Mota surgiram após o presidente do Republicanos, Marcos Pereira, anunciar que está fora do jogo.
“Eu conversei com um assessor de Elmar, que disse que ele tá nessa guerra. Ontem ele teve reunião grande com os deputados, e com MDB, e foi para São Paulo encontrar Kassab. PT tá querendo minar ele, ao que parece Lula entrou para minar ele. Ofereceu mil e uma coisa a Lira para recuar. Tá essa confusão, essa guerra. Difícil saber quem tá enganando quem”, brincou o parlamentar que pediu reservas.
“A guerra é grande, e o governo sabe que ser presidente Câmara de Deputado é hoje uma força, é quase um semi-presidencialismo. O PT não quer Elmar porque ele tem posição firme, é independente, seria excelente presidente para os deputados, o governo sabe disso e quer alguém que seja subserviente”, avaliou o político.
Outro membro da cozinha do candidato aponta que a “candidatura de Elmar continua mais forte do que nunca”. Sobre os rumores de que poderá assumir uma vaga no TCU para se retirar da disputa, o interlocutor declarou: “não creio”.
O deputado federal Jorge Solla (PT) avalia que o assunto não está na pauta e evitou comentar sobre o cenário criado na última quarta-feira (4).
“Estou em campanha no interior, só vou saber segunda. Na última semana tivemos atividades na Câmara, mas esse debate estava muito morno, eu até brinquei com um colega, quem estava mais mobilizado entorno dele é a mídia. Os parlamentares, todos estão focados eleições municipais, eu acho que pós-eleição você vai ter outro cenário, acharia mais precavido aguardar o resultados das urnas para pensar na próxima conjuntura”, apontou Solla.
O petista aponta que o assunto nem foi debatido pela bancada do PT: “Nós não discutimos nada na bancada PT sobre esse assunto, não houve um único debate para tratar sobre a presidência da Câmara. O que existe são conversas laterais, mas não fui procurado pelos candidatos, mas pela proximidade maior que eu tenho com Antônio Brito, por nossa militância na área da saúde, mas nunca parei para discutir efetivamente nada, discutir estratégias, articulações, nem com ele nem Elmar, com nenhum deles”.
O deputado federal do PSD, Charles Fernandes, avalia que os rumores da ascensão de Hugo Mota poderá afetar os planos de Elmar Nascimento. Ele aponta que uma eventual desistência de Elmar Nascimento poderá fortalecer Antônio Brito.
“Olha, realmente o clima está muito conturbado, muita indefinição ainda, mas continuo acreditando que vai dar Antônio Brito, com a possível saída de Elmar; claro que se o Lira declara apoio Elmar, seria importantíssimo, sem dúvida Elmar sairia fortalecido, mas devido a desistência do Marcos Pereira, complicou a situação principalmente do Elmar, pode haver divisão no União com essa decisão Marcos Pereira, e creio que fortalece a candidatura Hugo; mas a candidatura do Antônio Brito, pela importância que tem o PSD, o MDB, que tem problema em Alagoas com o Lira, acredito que a força do PSD pode construir um consenso maior”, avaliou o parlamentar federal.
Charles endossou o discurso de que Brito é o candidato do coração de Lula e pontuou que ele tem bom trânsito entre todos os grupos da Casa.
“Olha, sem dúvida. Antônio, por ser um deputado que tem transito nos dois lados, é um cara com boa relação com todos deputados, direita, centro, tá sempre no plenário, sorrindo, sendo sempre abraçado e abençoando o plenário, acho que Antônio pode ser uma surpresa e conseguir número para presidir a Câmara. Se vier esse anúncio de Lira para Mota, isso vai fortalecer Brito. Mota é novo, tem 34 anos, a Câmara precisa de um deputado mais experiente, não é fácil ser presidente de uma casa com tantas ideologias”, avaliou Fernandes.
“Acho que Brito, neste momento, se isso acontecer, se Elmar sair, se Elmar fosse o escolhido seria mais difícil, mas sem ele Antônio Brito tem um contexto favorável para conquistar os votos e ser o próximo presidente da Câmara dos Deputados”, arrematou o deputado federal do PSD da Bahia.