A diretora do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), a delegada Andréa Ribeiro, afirmou, em coletiva da SSP na manhã desta segunda-feira (10), para tratar do caso de Bruno e Yan Barros da Silva, mortos por traficantes após serem apreendidos por seguranças do Atakarejo, que existe uma ligação do grupo de seguranças do estabelecimento comercial que fica em Amaralina com o tráfico do Nordeste de Amaralina.
“O que nós temos é uma relação dos seguranças com os indivíduos que teriam arrebatado às vítimas e entregue aos traficantes do Nordeste. Não posso dizer com segurança se existe determinação da rede para com esses seguranças, um direcionamento da rede de supermercado. Estamos com as investigações, foi cumprindo a primeira etapa. Faremos novas incursões e a análise dos materiais apreendidos. Se a conexão for provada, buscaremos identificar e indicaremos tais indivíduos”, destacou Ribeiro.
A delegada da Polícia Civil confirmou que os seguranças, ao apreenderem os jovens furtando as carnes, cobraram o valor dos produtos, R$ 700, para não entregá-los ao tráfico: “Isso se confirmou. Foi apurado. A informação chegou e está documentada. Um dos seguranças teria havido contato, em que eles solicitaram quantia de 700 reais a fim de liberar as vítimas, o que cobriria o valor das carnes furtadas”.
A diretora do DHPP destacou que uma denúncia de um caso ocorrido em outubro de 2020 foi fundamental para elucidar o casos e mostrar que seguranças ouvidos no período inicial das investigações estavam mentindo. Uma jovem teria sido pega furtando no mesmo supermercado e também foi entregue aos traficantes, e, após ser torturada por horas, foi libertada com vida.
“A Rede forneceu filmagens captadas pela câmera, identificando alguns seguranças que participaram da ação, que foram ouvidos na unidade. A outra vítima que sofreu uma violência, em uma situação parecida, foi algo determinante. Perceber que a ação era algo padrão com aquele grupo de segurança e não um caso específico que terminou com o duplo homicídio. Entre a fala dele e o material coletado, percebemos que eles não estariam falando a verdade”, destacou Andréa Ribeiro.
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1 Comentário
Em se confirmando, a possível ligação entre o serviço de segurança do supermercado, e traficantes, o caso tomará proporções de extrema complexidade. Há de se questionar: é recorrente essa “parceria” entre a empresa de segurança e os traficantes? Essa “logística criminosa” é utilizada em outras unidades do supermercado? Há quanto tempo? Um absurdo, que precisa ser devidamente esclarecido!!!