O governador Rui Costa (PT) criticou o projeto de lei aprovado pela Câmara dos Deputados na última terça-feira, (7), que dá o aval para rede privada comprar vacinas e aplicar, antes do PNI (Programa Nacional de Imunização) terminar de vacinar os grupos prioritários.
O PL também autoriza que a rede privada possa reter vacinas para o seu uso, cumprindo exigência de repassar para o SUS o mesmo número de doses armazenadas.
“Um projeto de lei que permite que os ricos se vacinem antes dos pobres, […] indo infelizmente na contramão das políticas públicas que devem oferecer à população o acesso gratuito à saúde, da atenção básica à alta complexidade”, afirmou. Rui destacou que, além de mortes, a pandemia tem trazido fome, desemprego, e aumentado o número de pessoas extremamente pobres”, destacou Rui Costa.
A frase foi dita durante sua fala no 18º Fórum Mundial de Ética nos Negócios ‘Mudando Paradigmas em um Mundo Pandêmico: Como recuperar a confiança? Saúde, felicidade e ética’. O evento conta com representantes de diferentes países, é uma realização da International Association for Humans Values (IAHV), fundada pelos líderes humanitários Sri Sri Ravi Shankar e Dalai Lama. A organização tem caráter educacional, social e humanitário, atuando por meio do trabalho voluntário em mais de 155 países.
Para o chefe do executivo estadual, este é um momento para se discutir princípios éticos, e lamenta que o governo federal tenha criado um ambiente difícil no país, indo contra diversos princípios éticos e morais.
“O ambiente do governo federal é de difusão de notícias falsas, de negação da doença e da ciência e de aprofundamento da crise. Então o Brasil vive um momento muito difícil. É um momento muito rico para se discutir ética e se discutir que mundo iremos construir depois dessa pandemia. O mundo que virá depois não será construído necessariamente quando acabar a pandemia. Nós construiremos ele a partir da pandemia, do combate à pandemia”.
O Governador destacou também que a Bahia tem feito investimentos recorrentes na área da Saúde, além do combate à pandemia. “Aqui no estado da Bahia, nós temos buscado fazer isso com o maior investimento da história do nosso estado em saúde pública, desde o início do nosso mandato, fortalecendo a atenção básica. São 25 policlínicas regionais, que visam fazer atenção básica e diagnóstico das doenças, dez unidades hospitalares novas, apenas no meu mandato de governador”.