A Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) montou uma megaoperação para garantir a destinação correta de resíduos recicláveis no Festival Virada e ampliar a geração de renda para catadores durante a festa.
Nestes três primeiros dias de evento, a Central de Reciclagem, montada na Arena O Canto da Cidade, já coletou 5,6 toneladas de resíduos recicláveis. Somando-se aos descartes coletados nos camarotes, o acumulado nesse mesmo período foi de quase 7 toneladas.
A maioria dos materiais coletados pela central foi alumínio (3.668 kg), seguida por plástico (950 kg), PET (922 kg) e papelão (119 kg).
“O Festival Virada Salvador comprova que grandes eventos também podem ser sustentáveis, gerando renda, promovendo inclusão social e reduzindo impactos ambientais. Nesse contexto, a Limpurb vem idealizando e apoiando, desde 2018, ações de coleta seletiva em toda a Arena O Canto da Cidade, que já promoveram, ao longo dos anos, a coleta de mais de 80 toneladas de recicláveis”, afirmou Carlos Augusto, presidente da Limpurb.
“Nessa edição, novamente instalamos uma Central de Reciclagem no evento, operada através da Coop Rede, entidade selecionada por meio de chamamento público realizado pela Limpurb e formada pelas cooperativas Bariri, Coopcicla e Crun”, acrescentou o gestor.
Ele lembrou que, além do fortalecimento ao trabalho desenvolvido pelos catadores cooperativados e autônomos, assim como do pagamento de um preço justo pelos recicláveis, a central recepciona os resíduos secos provenientes do acondicionamento nas caixas coletoras disponibilizadas na arena. Isso tem resultado na geração de renda e dignidade àqueles que tanto fazem pelo meio ambiente e, consequentemente, deixa o evento mais limpo e agradável.
Impactos – Presidente da Empresa Salvador Turismo (Saltur), Isaac Edington avaliou positivamente o impacto das ações de sustentabilidade dentro do festival.
“Os números mostram que o Réveillon de Salvador vai além do entretenimento. São quase duas toneladas de resíduos recicláveis recolhidos em um único dia, com geração de renda e valorização do trabalho dos catadores e catadoras, reforçando nosso compromisso com a sustentabilidade e a inclusão social. Quando falamos em compensação de carbono, estamos falando de planejamento e visão de futuro. O Virada avança a cada ano não apenas na estrutura e na programação, mas também na adoção de práticas sustentáveis que colocam Salvador no centro das discussões sobre eventos responsáveis no Brasil.”
Ao todo, cerca de 50 catadores cooperativados atuam em três turnos, além dos 317 autônomos que foram cadastrados nesse período. Os cooperados são remunerados e, da mesma forma que ocorre no Carnaval, a cooperativa compra dos catadores autônomos o material.
Os valores pagos pelos materiais seguem tabela definida para o evento, sendo R$ 8 o quilo da latinha, R$ 1 o quilo do plástico e R$ 2 o quilo do PET. A cada 15 quilos de plástico e PET entregues, o catador recebe uma bonificação de R$ 30, o que incentiva a coleta também desses materiais.
A Central de Reciclagem ainda disponibilizou 140 kits de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), compostos por camisa, bermuda, meia, bota, luva, protetor auricular e saco de ráfia.
Operação – O trabalho da Limpurb também envolveu a implantação de 60 caixas coletoras destinadas à separação dos resíduos, a implantação de banheiros químicos para uso por parte dos catadores e cooperados, a atuação das cooperativas também no camarote, realizando a triagem dos resíduos.
Também houve a disponibilização de dois caminhões-baús para apoio à logística dos recicláveis, de placas para a orientação do público e a compensação de Gases do Efeito Estufa (GEE).
“Além da Central de Reciclagem e caixas coletoras, a ação de coleta seletiva se estende ao Camarote da Virada, que tem por obrigação, para fins de obtenção do licenciamento para o evento, que realize contratação de cooperativa de catadores para triagem dos resíduos. Somente na última edição, das 14,3 toneladas de recicláveis coletadas, 2 toneladas foram unicamente da ação específica no camarote”, destacou o chefe da assessoria de planejamento, Thiago Figueiredo.
“Mais uma vez, as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) geradas ao longo dos cinco dias do evento serão compensadas, tornando o Festival Virada Salvador um evento Carbono Zero”, complementou Ivan Euler, titular da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência e Bem-Estar e Proteção Animal (Secis).
