Estratégia 2026: Lula manda PT poupar Flávio Bolsonaro e vê senador como adversário ideal

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teria orientado o Partido dos Trabalhadores e aliados da esquerda a evitarem ataques à possível candidatura do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ao Palácio do Planalto nas eleições de 2026. A informação foi divulgada pela coluna da jornalista Andreza Matais, no portal Metrópoles.

De acordo com a publicação, o entendimento no entorno de Lula é de que Flávio Bolsonaro representa o adversário mais favorável ao atual presidente em uma disputa presidencial. Avaliações internas e pesquisas de intenção de voto indicariam que Lula venceria qualquer integrante da família Bolsonaro em um eventual confronto eleitoral, sobretudo em um segundo turno.

A estratégia do Palácio do Planalto seria deixar o senador “correr solto” no cenário político, sem confrontos diretos neste momento. Com isso, o grupo governista evitaria um movimento que levasse Flávio a recuar da disputa e abrir espaço para o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), considerado um nome mais competitivo eleitoralmente.

Segundo aliados do presidente, o cálculo político é que Tarcísio dificilmente se lançaria candidato à Presidência caso Flávio Bolsonaro mantenha sua pré-candidatura. Isso porque, ao entrar na disputa nacional, o governador paulista passaria a ser alvo não apenas do PT e da esquerda, mas também de setores mais radicalizados do bolsonarismo, o que poderia fragilizar sua imagem antes mesmo do início oficial da campanha.

No núcleo petista, a avaliação é de que o sobrenome Bolsonaro carrega um alto índice de rejeição junto ao eleitorado. Pessoas próximas ao governo apontam que, no chamado “duelo de rejeições”, o petismo teria vantagem sobre qualquer candidato ligado diretamente ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Integrantes do meio político ouvidos pela coluna afirmam ainda que, para o PL e para o próprio bolsonarismo, interessa manter uma candidatura própria, mesmo com chances reduzidas de vitória. A presença de um nome da família Bolsonaro na disputa garantiria ao partido protagonismo nacional, manteria o grupo como principal polo de oposição ao PT e funcionaria como um forte puxador de votos para a eleição de uma bancada expressiva de deputados federais, assegurando recursos robustos dos fundos partidário e eleitoral.

Nesse contexto, a manutenção da candidatura de Flávio Bolsonaro também impediria o surgimento de uma alternativa mais competitiva à direita, evitando a consolidação de uma terceira via. A avaliação é de que, se Tarcísio deixasse o governo paulista para disputar a Presidência, enfrentaria ataques simultâneos tanto da esquerda quanto de setores bolsonaristas, o que tornaria o cenário ainda mais adverso.

A movimentação política em torno de 2026 também atinge outros nomes do campo oposicionista. Segundo a publicação, o ex-ministro e ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) teria se convencido de que o melhor caminho eleitoral será a disputa pelo governo do Ceará. Caso vença, a estratégia de Ciro seria enfraquecer o PT no estado, governado pelo partido desde 2015, e abandonar de vez as articulações para uma candidatura ao Planalto.

Com isso, o cenário pré-eleitoral começa a se desenhar com estratégias distintas entre os principais grupos políticos, enquanto Lula e seus aliados observam os movimentos da oposição com cautela e cálculo estratégico.

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