Em entrevista à imprensa durante o Encontro Nacional de Cooperativas em Salvador na manhã desta quinta-feira (11), o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, criticou a aprovação do Projeto de Lei da Dosimetria na Câmara dos Deputados e classificou como um desrespeito ao Judiciário e ao processo de julgamento em curso.
“A impressão que eu tenho é que a decisão da Câmara de mexer nas penas que estão sendo aplicadas é um desrespeito ao Judiciário. O Judiciário está agora julgando e eles no meio do julgamento mudam as penas. Eles que sempre defenderam aumento de pena, quando é um deles que comete crime grave, só para eles prometem baixar a pena. E eles, para beneficiá-los, vão beneficiar outros criminosos, né?”, questionou.
O auxiliar do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez várias críticas ao poder legislativo e apontou que ações como essas não devem ser aceitas.
“Nós não podemos num país como o nosso, permitir que ocorra o que está ocorrendo. Estão tentando bagunçar o sistema constitucional, a institucionalidade brasileira, né? Capturando orçamento, diminuindo pena. Quer dizer, é um desequilíbrio em que o Poder Legislativo passou a atuar de uma maneira contra a Constituição”, acrescentou.
De acordo com Teixeira, faltou unidade dos partidos em relação ao governo para esta votação.
“Nenhum ministro do Lula votou a favor. Nenhum ministro do Lula se licenciou sequer para votar. Agora nós temos partidos que participam da base e que parte deles nunca apoiou o governo. Então não há, digamos assim, unidade em alguns partidos brasileiros em relação ao governo e ao presidente”, continuou.
O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar ainda aproveitou a oportunidade para parabenizar a cadeia da agricultura familiar baiana.
“A Bahia tem uma agricultura familiar muito poderosa, muito sofisticada e tem todo um programa de agroindustrialização. Talvez seja uma das agriculturas familiares do Brasil mais estruturada. E agora uma chance com a vinda da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex). A Apex inaugura o seu escritório aqui e o agricultor familiar vai poder pensar no mercado externo para vender café, derivados de lácteos e outros produtos, porque o mundo vive uma crise alimentar e o Brasil não só tem o desafio que a gente está vencendo de alimentar o povo, mas também ajudar o mundo a alimentar o povo. Por isso, a Bahia sai na frente e a Apex dá uma contribuição muito importante para aproximar o agricultor familiar baiano do mercado mundial”, concluiu.



