O senador Otto Alencar (PSD-BA) voltou a minimizar projeções sobre a disputa eleitoral de 2026 e afirmou que o PSD manterá o apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na próxima corrida presidencial. Em tom crítico à antecipação do debate eleitoral, o parlamentar defendeu que a força do grupo governista na Bahia depende da manutenção da unidade interna — e não de disputas por espaço.
“Eu não sou adivinho. Li a história toda da Grécia Antiga, mas não sou o Oráculo de Delfos. Para cada dez previsões que ele fazia, acertava uma e errava nove. Então eu não ando chutando eleição”, disse o senador. “Quem vai estar forte? Aquele que tiver capacidade de unidade, de agregar liderança. Aqui na Bahia, o nosso grupo unido é imbatível.”
Otto afirmou que o PSD baiano já tomou sua decisão sobre 2026: caminhar com Lula, independentemente do alinhamento nacional do partido. “Já falei várias vezes: Lula terá o nosso apoio. Kassab liberou os estados que quiserem votar com o Lula, Amazonas, a Bahia comigo, e outros. Nunca houve verticalização entre eleição federal e estadual. Cada estado tem seu perfil.”
Unidade
Questionado sobre a possibilidade de o senador Angelo Coronel disputar uma cadeira avulsa em 2026 caso o PSD não seja contemplado na chapa governista, Otto voltou à metáfora grega e reforçou que o tema será resolvido internamente.
“Será que vocês pensam que eu tenho essa cara de adivinho? Estou falando de unidade. Tenho conversado muito com Coronel, com Wagner, com Rui, com Jerônimo”, afirmou. “Eu não vou para a reeleição, mas não fico desconfortável. Estou entre amigos, tenho relação pessoal muito forte com todos.”
O senador disse que, apesar de ser apontado como “decano” do grupo, mantém visão “moderna” sobre a política e rejeita disputas que estimulem conflito. “A grande força não está em estimular beligerância. Está na sobriedade, na serenidade, na capacidade de unidade. É assim que se trabalha.”
Otto critica antecipação eleitoral e comenta pautas recentes no Congresso
O parlamentar afirmou que a obsessão pelo debate eleitoral atrapalha temas mais urgentes. “Lamentavelmente, no Brasil todo dia se fala de eleição. Eu não gostaria de responder sobre isso. Aprovamos tantos projetos importantes”, disse.
Ele lembrou a derrota da PEC da Blindagem e criticou a tentativa do deputado Guilherme Derrite (PL-SP) de retirar a Polícia Federal de investigações de facções. “Nós não deixamos. Mandamos recado duro. A PF é fundamental. Não tem o efetivo de uma PM ou PC, mas tem inteligência, investigação.”
Otto também criticou fraudes que atingiram aposentados. “Essa questão do INSS é uma estupidez, um absurdo com os idosos. Temos CPI, investigação. A Polícia Federal e a CGU estão atuando.”
Para o senador, enquanto o país insiste em antecipar debates eleitorais, temas essenciais continuam em segundo plano. “Vamos procurar fazer aquilo que é melhor, com calma e unidade”, concluiu.



