Isabela Suarez demonstra preocupação com impactos do “tarifaço” no Brasil: “Golpe no coração do setor produtivo”; e avalia ambiente de negócios na Bahia

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A presidente da Associação Comercial da Bahia (ACB), Isabela Suarez, fez uma avaliação do atual cenário econômico do Brasil e cobrou que com relação ao chamado Tarifaço, que é o comunicado de novas taxas ao Brasil imposta pelos EUA, haja foco na resolução dos problemas e não em questões jurídicas.

Segundo ela, a situação é um “golpe no coração do setor produtivo”.

“A Associação Comercial é uma instância de articulação que sempre atuará a favor do setor produtivo. Esse é o enfrentamento que tem sido tocado pela diplomacia brasileira. Lógico que ninguém queria enfrentar uma situação como essa, que, felizmente, tem sido revertida de alguma forma a partir do momento em que o governo dos Estados Unidos determina a retirada de vários produtos da lista do ‘tarifaço’. Entretanto, outros permanecem”, ressaltou. 

Isabela Suarez afirmou enxergar o cenário com “profunda preocupação e tristeza”. Ela destaca que a tributação constitui-se em “um golpe no coração do setor produtivo que vai sofrer. As instâncias, mais do que nunca, precisam, de forma coesa, tentar ajudar a reverter essa pauta”.

A empresária completou: “É sempre momento para a gente fazer uma reflexão sobre o comportamento do Estado brasileiro em relação à industrialização, ao incentivo da produção e à conversa com o empresariado, porque se hoje a gente sofre tanto, isso significa que o Estado brasileiro criou um ambiente que não é tão receptivo à produtividade, à industrialização. Não fosse isso, esse impacto certamente seria muito mais mitigado.”

Debate

Isabela criticou o protagonismo do debate ideológico em meio a uma taxação econômica: “Não é hora de ideologizar nada. O Brasil sempre foi um parceiro histórico no comércio exterior. O governo precisa usar a diplomacia para superar esse momento.”

“Qualquer ambiente de divergência e confusão atrapalha. É hora de todos darem as mãos pelo Brasil. O resto se discute depois.”, completou a gestora da ACB.

Papel

Ao ser questionado sobre o papel desempenho pelo presidente Lula em meio à crise do Tarifaço, Isabele voltou a defender que o posicionamento do empresariado brasileiro, refletido nos posicionamentos da ACB, é de focar na resolução do problema: “A função do setor produtivo não é dizer se o presidente está fazendo isso ou aquilo. (…) Não temos que ficar acusando ninguém disso ou aquilo, nós temos que enfrentar o problema. Temos tarifas? O que a gente precisa fazer? Vamos conversar para superá-las e tornar o produto brasileiro competitivo.”

Negócios

Em entrevista, Isabela Suarez lembrou que a ACB, fundada em 1811, sempre manteve portas abertas ao diálogo com todas as esferas de governo e autoridades legitimamente eleitas, e fez um diagnóstico de que ainda falta para Prefeitura de Salvador e para o Governo da Bahia, se tratando das principais forças institucionais do Estado, a promoção da garantia da segurança jurídica para melhorar o ambiente de negócio na capital e no Estado.

“O empresariado entende que o ambiente para o empresário ainda deixa muito a desejar. Sempre fui uma crítica em relação à insegurança jurídica. Para atrair o setor produtivo, é preciso apresentar previsibilidade. Não se pode o tempo inteiro estar trocando de opinião, se comportando de forma diferente ou deixando de dar garantias ao empresário, porque isso afugenta investimentos para lugares onde o ambiente seja mais convidativo”, avaliou Isabela Suarez.

“Existe, sim, a possibilidade de diálogo, como sempre existiu. Entretanto, é necessário que haja um conjunto, uma coesão de todas as instâncias para que o ambiente seja mais favorável para o empresário. Essa é a defesa que fazemos”, reforçou a presidente da ACB.

As declarações de Isabela foram durante sua participação na entrega de honrarias, incluindo o Título de Cidadão Baiano ao ministro do Superior Tribunal de Justiça, Paulo Dias de Moura Ribeiro, e a Comenda 2 de Julho ao juiz aposentado e cônsul honorário do Brasil na Itália, Manoel Ricardo D’Ávila.

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