A Polícia Federal, em ação conjunta com o Ministério Público Federal, deflagrou, nesta segunda-feira (23/12), a segunda fase da Operação Overclean, com o objetivo de desarticular organização criminosa suspeita de atuar em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro.
Estão sendo cumpridos, nas cidades de Brasília/DF, Salvador/BA, Lauro de Freitas/BA e Vitória da Conquista/BA, 10 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva, uma ordem de afastamento cautelar de um servidor público de suas funções, além de medidas de sequestro de bens.
Além disso, nesta fase foi determinado o sequestro de aproximadamente R$ 4,7 milhões, valor obtido pela organização criminosa por meio dos crimes investigados, e diversos veículos de luxo.
Entre os detidos está Vidigal Cafezeiro, vice-prefeito de Lauro de Freitas, na Bahia. Além dele, foram presos Lucas Dias, ex-secretário de Mobilidade de Vitória da Conquista e ex-chefe de gabinete da mesma cidade, e Carlos André, apontado como operador financeiro do grupo. Um agente da própria Polícia Federal também foi detido por envolvimento no esquema.
Lucas Dias, que deixou o cargo de chefe do Gabinete Civil de Vitória da Conquista em outubro, já ocupou posições de destaque, como presidente da Comissão de Combate à Corrupção e da Comissão Estadual do Agronegócio da OAB-BA, o que torna sua prisão especialmente polêmica.
A operação inclui o sequestro de bens avaliados em aproximadamente R$ 4,7 milhões, distribuídos entre imóveis, contas bancárias e veículos de luxo. As buscas estão sendo realizadas em Brasília (DF), Salvador, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista (BA). A quantia, segundo a PF, teria sido obtida por meio das práticas criminosas investigadas.
Desde o início da Operação Overclean, mais de 20 pessoas foram presas em diferentes localidades do país. Entre os principais suspeitos está o empresário José Marcos Moura, conhecido como “Rei do Lixo”, apontado como o líder de um esquema que teria movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão por meio de contratos fraudulentos e obras superfaturadas.
De acordo com as investigações, a organização criminosa é suspeita de movimentar cerca de R$ 1,4 bilhão provenientes de contratos fraudulentos e de obras superfaturadas. O grupo também contava com uma célula de apoio informacional, composta por policiais, que tinha a função de repassar informações sensíveis à organização criminosa, incluindo a identificação de agentes federais envolvidos em diligências sigilosas.
Os crimes apurados incluem corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos, lavagem de dinheiro e obstrução da justiça.