O deputado federal Bacelar (PV-BA) apresentou à Mesa Diretora da Câmara dos Deputados um requerimento para a criação de uma Comissão Temporária Externa com o objetivo de acompanhar, monitorar e buscar soluções para a situação crítica de seca no Nordeste, em especial na recém-identificada primeira região de clima árido no Brasil.
Estudo realizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (CEMADEN) revelou que uma área de aproximadamente 5.700 km², abrangendo municípios como Juazeiro, Curaçá, Chorrochó, Rodelas, Petrolina e outros, no norte da Bahia e sul de Pernambuco, apresenta clima árido, caracterizado pela evaporação de água superior à reposição pelas chuvas. Essa é a primeira região identificada com tal característica no país.
Bacelar destacou que a seca no Nordeste, já historicamente severa, tem se intensificado com as mudanças climáticas, trazendo impactos profundos ao meio ambiente, economia e sociedade. “As famílias dessas regiões enfrentam o agravamento da crise hídrica e as consequências sociais, como a migração de jovens das áreas rurais e o aumento das temperaturas, que afetam diretamente a qualidade de vida. Precisamos agir agora para evitar que o problema se expanda”, afirmou o parlamentar.
Além de identificar e fiscalizar as ações do Executivo, a Comissão Externa deverá promover debates sobre as melhores estratégias de mitigação, incluindo programas emergenciais de acesso à água, incentivo à agricultura adaptada ao semiárido e políticas de longo prazo para lidar com o avanço da aridez.
Risco de expansão do clima árido
O parlamentar alertou que, se não forem tomadas medidas eficazes, outras regiões podem seguir o mesmo caminho. “Esse cenário exige um olhar atento do Parlamento. A criação da Comissão é essencial para debater soluções com cientistas, gestores públicos e a população diretamente afetada”, afirmou Bacelar.
A proposta enfatiza que o Brasil precisa tratar o aquecimento global e seus impactos com seriedade, investindo em infraestrutura hídrica, proteção ambiental e ações preventivas. “A seca no Nordeste não é apenas um problema local; é um reflexo das mudanças climáticas globais que já estão batendo à nossa porta”, concluiu o deputado.