No meio ao período conturbado das chegadas e partidas, Juca Aleixo retorna com sua pena de ganso para narrar que no final, vale mais quem muito não ajuda do quem atrapalha.
Correria da campanha
A declaração do Correria de que estaria a léguas da campanha do líder em Salvador é considerado o golpe mais duro para chapa até aqui. O comunicado também foi no momento mais inoportuno possível, tirando todo glamour da vinda do Lula e do apoio declarado ao candidato. O day after do 2 de Julho que era para ser dos sonhos, com o apoio de Lula nas manchetes, foi suprimido pelas declarações do Correria de que não vai ter tempo para bater biela com o líder, tornando o dia em pesadelo.
Gesto?!
Há quem garanta que a fala do Correria sobre a campanha em Salvador foi também um gesto para o União Brasil, visando 2026. Nas bolsas de apostas crescem os rumores de que a sigla deve mesmo assumir o Legislativo nacional e o Correria, esperto e de olho no trânsito livre com a Câmara, não quer tocar nos interesses da turma azul.
Vingança
Há quem garanta que o Correria pagou, com o anúncio do desembarque da campanha do líder, a fatura que ele abriu com o movimento predatório para cima de seu candidato no período de escolha. Dizem que o Correria é o maior representante da turma do PT que anda alertando que o Geraldo Lulista hoje não tem diferença alguma do Geraldo bolsonarista de lá atrás, e que não é interessante fortalecer um legítimo representante do Centrão com o selo esquerda raiz e as bençãos do presidente.
Esquerda raiz
E falando em esquerda raiz, a briga entre o deputado do PSOL e o cacique do MDB envolvendo malas e defesa da honra gerou mais ruídos para campanha. A exposição de Geddel é tratada como um fator ambíguo para campanha do líder. Parte defende que ele esteja ativo para dizer verdades para todos os lados, outra parte que ele esteja submerso para não ligar o líder ao episódio das malas. Uma coisa é certa, a avaliação inicial de que o PSOL iria amaciar foi para o saco e o foco agora é tiro para todos os lados.
Rescaldo
A participação do ex-prefeito de Salvador no 2 de Julho após a ressaca foi tímida e demonstrando que ainda está cicatrizando as feridas da derrota de 2022. Sua presença, que costuma ser vibrante ao lado do prefeito, foi tímida, muitas vezes sendo atraído por Bruno Reis para os holofotes. Há quem avalie que foi uma estratégia para deixar Reis com a maior vitrine, mas para a maioria dos interlocutores Neto ainda enfrenta o rescaldo da derrota.
Faltou o L
Apesar do líder ter conseguido subir no papa móvel de Lula com o Professor, faltou do presidente declarações públicas e atos mais claros de que o vice-governador é o seu nome na cidade. Há quem garanta que um L de Lula com Geraldo no papa móvel seria o suficiente para incendiar o público presente. Há quem garanta que o líder cumpriu ordens de não chegar perto do presidente no desfile, deixar ele solto para celebrar mais um 2 de Julho com o povo e com a Janja de olho nele para não quebrar o protocolo.
Vice nem em sonho
E falando em chapa, acerca de 2026, articuladores apontam que o Dr. de Ruy Barbosa não quer nem saber da conversa de alocar seu filho na vice do PT. O histórico prova que a função tem sido elemento determinante para o encerramento da carreira política, já que não tem um que passou por lá que fez a transição ou saiu por cima da carne seca.
Solução vermelha
Corre nos bastidores a tese que o PT, para amarrar suas chances de vitória em 2026 e evitar ruídos com aliados, já planeja uma solução dois em um, alternando em uma das vagas ao Senado Federal com Rui na Cabeça e Wagner na suplência, ou vice versa.
Agito
A declaração de apoio do Agir a Bruno Reis gerou agito no ambiente político do Governo do Estado. O problema não foi o apoio, mas a forma com que ele aconteceu. A foto do deputado do PT de mãos dadas e sorrindo com o prefeito de Salvador deixou indignada não só a galera da campanha do líder, mas a turma vermelha. O parlamentar, que já esteve pelo lado de lá, fez um gesto que deixa os caminhos abertos para voltar. Resta saber se o ato do Agir foi localizado como alegado ou parte de uma estratégia maior. Há quem avalie que o deputado, que é bom no arremate, deve ter calculado meticulosamente o custo do empreendimento político e econômico da empreitada.
Atrito
O atrito entre o PT e o deputado federal do MDB deverá gerar ruídos na região nordeste do Estado. A declaração de apoio de Jerônimo em Araci pegou o parlamentar de surpresa, já que esperava neutralidade pois ambos estiveram do seu lado em 2022.
Frente ampla
Em Itabuna, o prefeito deve mesmo receber apoio do PP para disputa, aumentando seu tempo de TV e Rádio e conseguindo mais lideranças e candidatos engajados em sua reeleição. A medida é um duro golpe na Oposição, que esperava ter o PP ao seu lado para ampliar seu tempo para seu candidato apresentar suas propostas. Há quem aponte que a visita do deputado estadual do PP na última semana ao município foi para sacramentar o acordo.
Unidade
ACM Neto resolver entrar no circuito e acelerar as trataivas para unidade em torno do deputado Pancadinha em Itabuna, nome da Oposição que tem melhor se apresentado nas pesquisas, critério que seria balizador. O comunicado da chapa deve ocorrer até o registro oficial das candidaturas, quando já há a expectativa de também ser feito o comunicado da unidade dos nomes da Oposição na cidade.
Alfinetada
Há quem garanta que a postagem do presidente do PDT em uma rede social, desejando sucesso à prefeita Moema Gramacho, foi uma provocação clara a sua ex-apadrinhada, a vereadora e candidata à prefeitura de Lauro de Freitas Débora Régis. Félix não superou a ida de Débora para o União Brasil e já anda confidenciando que no município, o PDT poderá firmar uma pareceria com o PT após a eleição:
E de Eunápolis veio a cena inusitada da semana. O líder, que foi representar o governo no lançamento da candidatura do PSD, acabou esquecido e até chamado de vice-prefeito. Situação constrangedora que foi corrigida a tempo pelo presidente da ALBA.