Isabela Suarez critica falta de reconhecimento do Poder Público da importância do Turismo na Bahia, o “preservacionismo irracional” do MP e revela convites para entrar na vida pública

Isadora Suarez

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Isabela Suarez é empresária, advogada, presidente da Baía Viva e vice-presidente de sustentabilidade empresarial da Associação Comercial da Bahia

A empresária, advogada, presidente da Baía Viva e vice-presidente de sustentabilidade empresarial da Associação Comercial da Bahia, Isabela Suarez, admitiu, em entrevista ao vídeocast Multiálogos, apresentado por Marcelo Sacramento e Roberto Muniz em parceria com a Tribuna da Bahia, que foi ao ar na última segunda-feira (30), que teve o desejo de entrar na vida política. Entretanto, ela aponta que a vocação para o ambiente empresarial acabou falando mais alto, mas ponderou que não se faz política apenas exercendo um cargo público.

Isabela é filha do empresário Carlos Suarez, ex-OAS.

“Olha, eu já pensei em ser política em um determinado momento da minha vida, inclusive com perspectivas reais. Depois isso foi sendo deixado de lado por circunstâncias outras… eu acho que é complicado você confundir o papel do empresário com atividade política… não sei se exatamente é um espaço que me cabe, principalmente quando você, hoje, na Associação Comercial da Bahia, eu entendo que você não precisa fazer política com mandato. A política está em nossas vidas, nas decisões diária, você pode ter voz política sem ser partidária. Mas eu já pensei, sim, isso é um assunto que está superado, já foi deixado de lado”, reforçou Isabela Suarez.

“E eu me sinto uma agente política, porque, primeiro, porque eu presido uma organização social e que, de certa forma, a gente não faz política partidária, mas faz política ali o tempo inteiro; porque eu trabalho com uma Organização da Sociedade Civil, o que não deixa ser um trabalho, principalmente, com a Associação do Bahia Viva, de contribuir com políticas públicas. Hoje, como vice-presidente da Associação Comercial, consigo ter voz e reverberar pautas que são importantes para o empresário, principalmente em relação aos temas que me cabem. Então, eu me sinto uma agente política sem mandato. Respondendo a preocupação e a curiosidade de muita gente, isso é uma coisa muito comum, mas ainda recebo muito convite”, finalizou a presidente da Baía Viva em tom de descontração.

Turismo

A vice-presidente de sustentabilidade empresarial da Associação Comercial da Bahia criticou a falta de reconhecimento do poder público da importância do Turismo na Bahia, ao tratar dos programas de preservação ambiental e de geração de renda desenvolvido pela fundação que preside na Baía de Todos os Santos.

“Falam da Ilha dos Frades, mas a gente não quer que as coisas aconteçam só ali, não. Até porque a Fundação Baía Viva, pelo seu status, possa atuar em qualquer lugar do Recôncavo Baiano. É uma pena que hoje a Ilha dos Frades seja a única opção no universo de 56 ilhas. Então, veja você o que poderia ser se fosse uma decisão investir no turismo, uma decisão! Sem dúvida nenhuma, os gestores, representantes dos poderes executivo municipal e estadual reconhecem a importância do turismo, mas não é uma decisão que nós sejamos um estado turístico”, pontuou a gestora.

“Eu estava outro dia conversando, foi muito interessante uma conversa com uma secretária do município Mila Paz, que tem sido uma mãe para o seguimento náutico, e ela dizia exatamente isso. E deu o exemplo de La Rochelle (cidade francesa). La Rochelle é uma cidade comum e que o prefeito decidiu que ela seria um polo náutico,viabilizando a construção de marinas, abraçando tudo de bom e todas as possibilidades que o segmento náutico pode proporcionar. Então, hoje, eu digo, infelizmente, tá? Eu fico feliz por a gente possa ter conseguido entregar alguma coisa, mas eu acho que você poderia ter uma infinidade de oportunidades”, avaliou Isabela Suarez.

Ambiente de negócios

A presidente da Baía Viva e vice-presidente de sustentabilidade empresarial da Associação Comercial da Bahia criticou o que classifica como um “preservacionismo irracional” por parte de algumas decisões do Ministério Público da Bahia, que tem atrapalhado a chegada de novos investimentos no estado. Ela destaca que há uma perpeção consolidada entre os empresários que o lucro precisa vir sempre acompanhado de uma responsabilidade social e ambiental.

“Parece um ponto mágico da existência do empresário o lucro; mas hoje, esse lucro precisa vir acompanhado de uma responsabilidade social, que sempre existiu, mas que agora existe um recurso com as pautas ESG (ESG abrange um conjunto de práticas voltadas para a preservação do meio ambiente, responsabilidade com a sociedade e transparência empresarial) né? Ou seja, não só é uma necessidade, mas também tá na moda ser assim. Pra nós, a responsabilidade social sempre foi uma coisa, sempre foi um item ali presente na nossa atuação. Mas que bom que hoje as três letrinhas, que é essa sigla, influenciam positivamente. Nunca vai faltar apetite empresarial, ao menos que os empresários não existam, tá? Então, se você é um país que não forma empresário, esse apetite não existirá, porque os empresários não existem, mas existindo empresários, nunca faltará apetite”, pontua Isabela Suarez.

“Eu acho que falta o ambiente, sem dúvida nenhuma. E te digo isso com muita segurança. Não pode ser tão difícil empreender no nosso país, e é difícil, principalmente quando se trata dos agentes fiscalizadores. Eu digo isso com muita tranquilidade, não estou fazendo uma generalização, mas existe sim uma compreensão enorme por parte de vários agentes, e um deles é o Ministério Público, que pode hoje é mover qualquer coisa contra a sua atividade sem precisar provar; ou então é muito comum que você tenha uma licença questionada depois de 10 anos de análise; então, assim, você vai você virá para Bahia? Então, se você é dono de uma cadeia internacional de hotéis e você quer fazer investimento de baixo impacto, parque que isso é outra coisa que você precisa estudar; não é todo lugar que cabe tudo, existem lugares que cabem grandes coisas, existem lugares que cabem médias coisas, os que cabem poucas coisas e os lugares que não cabem nada; eu não sou a favor da ocupação completa, você tem que ter uma de conservação e preservação integral, isso nem se discute”, aponta vice-presidente de sustentabilidade empresarial da Associação Comercial da Bahia.

“Mas às vezes assim, existe ali um excesso de um preservacionismo irracional, né? Principalmente quando se trata de áreas ocupadas. Essa relativização, a falta de segurança jurídica afugenta os empresários. Então, ele não vai fazer a opção de vir para Bahia, para o Brasil, ele vai para a Tailândia, eu digo assim em relação às cadeias internacionais; os negócios nacionais, ele vão procurar outra atividade. É tão difícil? Porque ninguém está dizendo aqui que você não quer cumprir a regra, mas que não é razoável que você seja submetido à análise, que seu negócio seja submetido às regras e que essas regras sejam relativizadas porque a pessoa acha que não deve ser, porque ele acha que está errado, acha que a compensação ambiental que foi imposta não é condizente com o que ele acha que deveria ser. Então, esse status de ambiente não convidativo, ele se firmou e um exemplo disso – e isso aí é um recado aproveitando a audiência e a seriedade do programa -, existem aí ‘cavaleiros do apocalipse’ que ficam ali estendendo uma discussão quando na verdade não melhora a vida de ninguém. Eu sinceramente não consigo entender essa falta de construção de ambiente convidativo”, criticou a presidente da Baía Viva.

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