Dia Internacional contra a LGBTfobia: Paradoxos de uma celebração no país que mais mata essa comunidade

FOTO: Reprodução Internet

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Por: Beatrice Magalhães

Na última terça-feira (17) foi celebrado o Dia Internacional contra a LGBTfobia. A data surgiu no mesmo dia em maio de 1990, quando a homossexualidade deixou de ser considerada doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Desde então, se tornou um dia comemorativo. Contudo, no Brasil, país que mais mata a comunidade LGBTQIA+, 17 de maio é um símbolo de resistência árdua e conscientização.

De acordo com o Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+, em 2021 foram noticiados 285 assassinatos de pessoas da comunidade. É lastimável imaginar que a cada 27 horas, um LGBTQIA+ é morto no Brasil. Os alvos desses crimes vivem em total insegurança. Uma rotina de pânico constante que afeta não só a própria comunidade, como suas famílias e amigos.

O perigo incessante se perpetua pelo desamparo estatal. Embora em 2019 a prática da homofobia tenha se enquadrado como crime de racismo pela justiça brasileira, o Estado permanece pouco presente no tratamento da pauta. Os casos de violência e mortes permanecem subnotificados e são raras as políticas públicas de apoio à população LGBTQIA+. À vista disso, os maiores e mais efetivos agentes no enfrentamento contra os crimes de ódio direcionados a essa minoria são artistas e figuras públicas pertencentes à própria comunidade.

Liniker, Ludmilla, Mc Tha, Lulu Santos, Jhonny Hooker, Linn da Quebrada, Glória Groove, entre tantos outros artistas LGBTQ+, usam de sua visibilidade e espaço social para lutar por respeito, pelo direito de amar e viver. Desse modo, levam ao público um movimento de conscientização. Ao apoiarmos essas personalidades, ajudamos a engajar a luta da comunidade, independentemente de pertencer a ela ou não. Isso se concretiza com a divulgação de discussões sobre o combate à homofobia, de campanhas protagonizadas por essas figuras, da naturalização da temática de sexualidade e gênero e do suporte contra possíveis ataques preconceituosos que eles sofrem por levantar essa bandeira.

FOTO: Parada do Orgulho LGBT em São Paulo

Em junho é celebrado o mês do Orgulho Gay, que ao longo das décadas se ampliou para toda a população LGBTQIA+. Nesse período, além de continuar a luta por respeito e contra os crimes de ódio, se homenageia a diversidade, a inclusão, o amor e a empatia. Assim, é dever de todo cidadão apoiar a causa e lutar, lado a lado, pelos direitos não só civis, mas, também, de amar e de viver dessa comunidade num país tão preconceituoso e hostil como o Brasil.

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