O senador Jaques Wagner (PT) desconstruiu, em entrevista coletiva neste sábado (16), a tese ventilada por ACM Neto, seu virtual adversário ao governo na Bahia em 2022, que, nas entrevistas, tem dito que não irá “nacionalizar” o pleito estadual.
“Ganhei em 2006 quando ninguém achava que era possível, Rui ganhou e ninguém achava. Alguns as vezes escrevem: mas agora vocês têm oposição. Paulo Souto não era oposição? Era governador e ia para a reeleição, contra Rui em 2014. É só lembrar da eleição que João Henrique ganhou. Todos faziam aposta que ia dar Imbassahy e Neto. Ficar adivinhando eleição antes não dá. Pesquisa quantitativa representa muito pouco. Temos um patrimônio nacional e baiano muito grande, o ex-prefeito fica dizendo que não quer nacionalizar. Não é ele que decide, é o povo. A primeira pessoa que é escolhida é o presidente. A eleição é nacional. O povo vota de cima para baixo”, explicou o petista.
Passado
Cintando o presidente do PT Bahia, Éden Valadares, que esteve presente no ato, Wagner também rebateu uma critica recorrente do presidente nacional do Democratas contra ele e seu partido, de que eles personificam “o passado” e que Neto seria o futuro: “ele não tem candidato e não tem patrimônio na Bahia, pode ter em Salvador. É só colocar a bola para rolar. O pessoal discute idade, eu sempre prego que precisamos rejuvenescer. O presidente do PT [Éden] tem menos de 40 anos. A realidade se impõe, não é uma questão de disputa de idade. Eu posso ser mais velho, mas quero saber quem modernizou a Bahia. Ele representa muito mais o passado”.
Violência
Ao ser questionado acerca da onda de violência e de insegurança que o estado enfrenta, Wagner destacou o investimento do governo e alfinetou o ex-prefeito de Salvador ao lembrar que no tempo que o avô dele era cacique na Bahia, nem armas os policiais tinham e os carros estavam sucateados.
“Eu não vejo muita credencial nesse ex-prefeito para falar em segurança. Quando assumi em 2006 e eles governavam, policiais não tinham arma, os carros caindo pelas tabelas. Comparem a estrutura de inteligência. Rui fez uma licitação de R$ 800 milhões, e estamos apostando em tecnologia, com reconhecimento facial. É um sistema que avisa, que uma face está passando em tal lugar. Não está bem, eu não conheço nenhum lugar. As armas continuam, os grandes produtores não aceitam colocar chip, gps. A Cocaína você faz num fundo de quintal, um fuzil não. Para bandido ter arma, ele comprou em algum lugar. A questão é muito maior. Ninguém resolve com uma varinha de condão. Eu não sei qual a proposta dele, mas quando cheguei a estrutura estava no chão”, ironizou Wagner.



