Candidato à prefeitura de Salvador em 2008, o ex-senador e atual presidente do Senai-Cimatec Walter Pinheiro (ex-PT) declarou, em entrevista ao OFF News, terá o desafio de emprestar ao vice-governador da Bahia o acúmulo de anos de disputa e ações na capital da Bahia, ao tratar da eleição para prefeito de Salvador.
“A gente sempre tem na cabeça que nós devemos estar sempre lá na ponta. Se você olhar, por exemplo, nós disputamos a presidência da República de 89 para cá com candidato próprio. Nesses anos todos, só duas vezes que nós não tivemos Lula. A vez com Dilma, em 2018, por circunstância daquele absurdo no Brasil que nós tivemos a Dade, e Lula foi afastado daquele processo”, lembrou Pinheiro.
“Agora, tem um momento também que a gente tem que fazer reflexão, fazer alguns movimentos. Acho que o movimento que o governo avaliou era um momento de fazer, buscar uma unidade dos partidos e se apresentar para disputa em Salvador. Eu não diria que é o acerto da política ou o erro da coligação, mas eu diria que é a conjuntura política que vai apontando como é que você se movimenta em relação a isso”, explicou o ex-petista.
“Então assim, eu particularmente não posso falar que o PT deveria cobrar ter a cabeça, mas acho que o PT; você pode efetivamente em Salvador se comportar como um partido que amadureceu na gestão, porque fez ótimas gestões aí com o governo Wagner, com o governo Rui e agora com o governo Jerônimo. Então tem, eu diria, um acumulado de gestão para emprestar a cidade e apresentar isso como um grande aval”, pontuou o candidato de 2008.
“Então esse é o papel que eu acho que o PT pode cumprir nesse momento e dizer ao solteropolitano, nós do PT estaremos aqui firme e forte para emprestar aquilo que a gente acumulou de gestão do estado da Bahia”, arrematou o presidente do Senai-Cimatec.
Comprometimento
Pinheiro admitiu que a presença do PT na chapa atua por aumentar o nível de comprometimento da militância, mas aponta que esse não é um elemento decisivo para atuação partidária na eleição de 2024.
“A presença na chapa aumenta o nível de comprometimento. Alguns até dizem que se não colocar o nome do PT, o PT não acredita que esse seja o elemento decisivo. Ter o nome na chapa é importante para você compor. Eu diria de novo aqui, quem pode até reclamar mais é a turma do PT e não eu. Agora, a contribuição deve se dar num todo e não só na ocupação de um cargo”, aponta o ex-petista
“Eu, particularmente, tenho muita resistência à história de: ‘só vou ser for candidato, só vou se for o meu nome, só acompanho se for o meu’, eu não gosto disso; eu, a vida inteira parti do princípio que era importante você discutir projetos depois que você vinha com os nomes, para encaixar em cada projeto”, pontua Walter Pinheiro
“Então, acho que mesmo não tendo o nome na chapa, o PT não só tem grandes contribuições, como é importante que apresente essas contribuições para a nossa cidade. Acho que é fundamental. A gente tentar trazer pra esse contexto eleitoral contribuições importantes pra uma cidade que precisa”, indicou o ex-senador.
“Salvador é uma cidade difícil do ponto de vista da sua economia. Salvador é uma cidade difícil do ponto de vista do seu trato na relação estruturante. Salvador não é fácil de ser administrado. Salvador é uma cidade complexa. Agora é uma cidade que tem um outro elemento facilitador. Tem um povo maravilhoso. Então, portanto, a gente tem a obrigação de trabalhar por esse povo soteropolitano de forma cada vez mais empenhada”, arrematou o candidato à prefeitura de Salvador em 2008.
Esquerda
Walter Pinheiro não vê a candidatura de Kleber Rosa (PSOL) como uma ameaça real para candidatura de Geraldo Júnior, que busca vencer o pleito tendo apoio de uma frente de partidos de centro-esquerda. Kleber tem apontado a falta de conexão de Geraldo Jr. com a esquerda na busca por conquistar o apoio da militância.
“Não, não acredito (Kleber poderá ameaçar Geraldo). Eu acho que é importante. Eu venho de movimento de esquerda. A esquerda tem uma contribuição histórica no processo eleitoral. Primeiro pela sua capacidade de resistência, segundo pela sua capacidade de discutir temas de forma muito mais ampla, muito mais conteúdo do que efetivamente só a mera disputa eleitoral ou a ocupação do caso”, destaca Pinheiro.
“Então acho que essa é uma contribuição que eu chamaria de qualitativa para o processo. Então esse é um debate que eu acho que a turma do PSOL pode aportar. Às vezes até as pessoas ficam achando, mas a esquerda puxa, mas a nossa grande capacidade é ter a oportunidade de juntar as diversas partes, fazer um movimento, a gente une inclusive as posições até mais à esquerda para você mediar as condições e projetar uma cidade”, destacou o ex-petista.
“Então eu diria que o governador Jerônimo inclusive avançou muito nesse aspecto. Ele é resultado disso. Jerônimo vira governador de estado numa costura que tem uma composição extremamente ampla e nem por tempo por isso perdeu a condução. Nem deixou de ter esse ou aquele nível de encaminhamento de forma mais qualitativa. Pelo contrário, está sabendo inclusive trabalhar as diversas diferenças e conduzir de forma serena, competente e firme o processo de gestão. Portanto, está na hora da gente tentar trazer isso para a Chapa de Salvador”, arrematou Walter Pinheiro.