O Dia Internacional da Visibilidade Bissexual busca dar visibilidade às pautas das pessoas bissexuais às vezes marginalizadas tanto por comunidades heterossexuais quanto por comunidades LGBTI+, o que acarreta um processo de apagamento das dificuldades enfrentadas por essa população. A data nasce nos Estados Unidos, em 1999, do trabalho de Wendy Curry, Michael Page e Gigi Raven Wilbur – três ativistas bissexuais.
Cercada de estereótipos, a pessoa bissexual é tida muitas vezes como promíscua ou indecisa quanto a sua orientação sexual, ou ainda como alguém que está apenas passando por uma fase antes de escolher um lado. Esses mitos contribuem para a negação da existência da bissexualidade, acarretando um sentimento de não pertencimento, já que a pessoa não se sente aceita por nenhum grupo, o que acaba por representar grande abalo à sua saúde mental.
Apesar de ainda existirem poucos estudos específicos sobre a bissexualidade, o que por si só é um indicativo da invisibilização do grupo, os números apontam que são mais comuns quadros de depressão e ansiedade em pessoas bissexuais do que em pessoas monossexuais. Elas também apresentam nível mais alto de comportamento suicida e abuso de substâncias.
A organização americana Trevor Project, que trabalha com prevenção de suicídio para pessoas LGBTI+ com idade inferior a 25 anos, observou que um número maior de estudantes secundaristas bissexuais relatou sentimentos de tristeza e pensamentos suicidas do que heterossexuais e homossexuais.
No Brasil, o estudo Indicadores de bem-estar subjetivo e saúde mental em mulheres de diferentes orientações sexuais, realizado pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro, em 2018, relatou que mulheres “Bissexuais apresentaram menores índices de bem-estar e maiores de psicopatologias comparadas a lésbicas e a heterossexuais”. Participaram da pesquisa 736 mulheres maiores de 18 anos.
Defesa da população LGBTI+ – A Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão (PFDC), órgão do Ministério Público Federal (MPF), tem como uma de suas ações prioritárias no biênio 2020/2022, a causa LGBTI+. Por meio de seu grupo de trabalho busca colaborar com órgãos governamentais, entidades privadas e organismos internacionais em campanhas e outras iniciativas relacionadas ao enfrentamento de todas as formas de discriminação, coerção e violência em razão de orientação sexual e identidade de gênero.
Em junho, a PFDC promoveu webinário sobre decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) que consideraram condutas homofóbicas e transfóbicas como passíveis de tipificação da Lei do Racismo, até que haja lei específica sobre a matéria. O evento, que reuniu representantes do Sistema de Justiça, está disponível no Canal da PFDC no YouTube.
Campanha Eu Sou Respeito – Lançada em janeiro deste ano, a campanha busca promover reflexões sobre o respeito, às violências ligadas ao gênero, à intolerância, aos preconceitos, ao racismo e aos discursos de ódio. A iniciativa foi idealizada pela Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) no Rio Grande do Sul e conta com o apoio da PFDC ao integrar o Projeto Respeito e Diversidade do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Saiba mais sobre a campanha aqui.
Fonte: Ministério Público Federal