LOGO OFF NEWS SVGLOGO OFF NEWS SVGLOGO OFF NEWS SVGLOGO OFF NEWS SVG
    • Economia
    • Educação
    • Esportes
    • Política
    • Saúde
    • Justiça
    • Bahia
    • Brasil
    • Cultura
    • Papo OFF
    • Especiais
    • Rádio Peão
    • Últimas
    • Envie sua notícia

    Por que as pessoas votam?

    • Home
    • Últimas notícias
    • Bahia
    • Por que as pessoas votam?
    PorRaul Aguilar em26 de junho de 2025
    Share on WhatsAppShare on X (Twitter)Share on FacebookShare on TelegramShare on Email

    A compreensão do comportamento eleitoral em democracias contemporâneas, especialmente em contextos de crescente polarização como o brasileiro, revela-se um imperativo analítico para a ciência política. Com um eleitorado robusto de 158.616.465 cidadãos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o Brasil oferece um campo fértil para a investigação das dinâmicas que subjazem à decisão nas urnas. O ato de votar transcende uma mera ação isolada, configurando-se como o epifenômeno de uma intrincada interação de fatores sociais, psicológicos e racionais, os quais são fluidos e contextualizados pelas vicissitudes políticas, econômicas e sociais de cada era.

    As primeiras incursões teóricas na sociologia do voto, desenvolvidas entre as décadas de 1930 e 1940, preconizavam a posição social do eleitor como o vetor principal de seu comportamento eleitoral. Nessa perspectiva, o eleitor era concebido como um reflexo de seu grupo social de pertencimento – seja classe, religião ou outras categorias – e qualquer desvio desse padrão era interpretado como uma anomalia. Essa abordagem, embora seminal, progressivamente deu lugar a uma compreensão mais matizada do fenômeno eleitoral.

    Com o advento da vertente psicossociológica, a análise do voto expandiu-se para incorporar elementos mais subjetivos e intrínsecos ao indivíduo. Fatores psicossociais como emoções, valores pessoais e identificação social passaram a ser reconhecidos como intervenientes diretos na decisão do eleitor. Essa transição teórica marcou um importante avanço, reconhecendo a agência individual e a complexidade das motivações subjacentes ao voto, para além das estritas determinações estruturais.

    Paralelamente, a teoria da escolha racional emergiu como um modelo explicativo fundamental, concebendo o voto como um cálculo estratégico de custo-benefício. Nesta perspectiva, o eleitor, agindo como um ator racional, avalia pragmaticamente os potenciais ganhos e perdas associados a uma determinada escolha eleitoral, frequentemente ponderando o impacto direto em sua esfera econômica e pessoal.

    No cenário brasileiro, a aplicação da teoria da escolha racional é perpassada pela variável da sofisticação política. Um maior nível de conhecimento político por parte do eleitor tende a mitigar a propensão a escolhas impulsivas ou excessivamente influenciadas por apelos emocionais. Contudo, a prevalência de um baixo nível de sofisticação política na maioria da população brasileira cria um terreno fértil para a ascensão de líderes populistas. Esses líderes, hábeis em comunicar-se diretamente com as massas por meio de discursos de confronto e dicotomias simplistas entre “nós” e os “inimigos do povo”, exploram a dimensão simbólica do voto, onde a identificação pessoal e emocional com o candidato muitas vezes suplanta a análise aprofundada de plataformas ideológicas ou programáticas.

    A compreensão da decisão do eleitor é ainda enriquecida pela distinção entre o voto retrospectivo e o voto prospectivo. O voto retrospectivo baseia-se na avaliação do desempenho passado do político ou partido, considerando as realizações e resultados já obtidos. Em contrapartida, o voto prospectivo é impulsionado pela esperança e pela expectativa em relação ao que o candidato poderá realizar no futuro, configurando-se como uma aposta em promessas e potenciais transformações.

    Em síntese, o voto, em sua manifestação mais plena, é o produto de uma complexa intersecção entre a avaliação racional, as influências sociais e as motivações simbólicas. O eleitor não vota por uma única razão, mas por uma amálgama de fatores que se complementam: a crença na capacidade de um candidato em melhorar a vida individual ou coletiva – seja por meio de resultados concretos, promessas futuras ou pela simples identificação e representatividade que a figura política evoca.

    Raul Aguilar
    Raul Aguilar

    Veja também

    30 de julho de 2025

    Rui Costa sobre candidatura ao Senado: “Meu nome está colocado, com responsabilidade e disposição; mas a decisão será coletiva e anunciada na hora certa”


    Quero ler
    30 de julho de 2025

    Prefeitura chega à marca de 80 campos com grama sintética inaugurados em Salvador


    Quero ler
    29 de julho de 2025

    Secretária de Saúde, Roberta Santana diz que concurso está no radar e defende regulação das “críticas políticas


    Quero ler

    Deixe um comentário Cancelar resposta

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    © 2025 OffNews - Por dentro da notícia na Bahia e no Brasil. Todos os direitos reservados.
    Usamos cookies para garantir melhor experiência em nosso site. Se você continuar a acessar nosso site, entenderemos que está de acordo.