O prefeito Pedro Oliveira, do município de Curaçá, na Bahia, enfrenta uma crise crescente, com pendências financeiras que incluem dívidas com fornecedores, contratados e acertos da campanha de seu candidato e atual vice-prefeito, Adriano Araújo, derrotado nas últimas eleições. A situação foi agravada pela demissão de todos os funcionários contratados após a derrota, com o prefeito se recusando a pagar pelos dias trabalhados em outubro, o que gerou forte indignação entre os afetados.
Dois dos ex-contratados, Maria José e Sidnei, relataram que se sentiram “usados para fins eleitorais” pelo prefeito e pelo vice. “Trabalhamos com esperança de dias melhores, e agora nem a conta de energia e de água temos como pagar. Nos sentimos abandonados”, desabafou Maria José. Sidnei reforçou o sentimento de indignação, afirmando que foi deixado sem apoio e sem expectativa de receber o que lhe é devido.
O Instituto Saúde Bahia, responsável pela contratação desses funcionários, também se manifestou. Em um posicionamento firme, o Instituto declarou que pretende ir “até as últimas consequências” contra a gestão atual, incluindo os processos trabalhistas para assegurar os direitos dos profissionais afetados.
Um funcionário da prefeitura, que preferiu não se identificar, revelou que a situação é ainda mais complexa, afirmando que “se abrir a caixa-preta, vai sair muito mais”. Segundo ele, a prefeitura também acumula dívidas com o INSS, o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) e a Coelba, indicando uma crise financeira profunda que ameaça o futuro da administração.
Em contato, Pedro Oliveira afirmou que está se organizando, mas reconheceu a dificuldade de resolver todas as pendências. Uma fonte revelou uma dívida de cerca de R$ 255.000,00 com a empresa de marketing que atuou na campanha e também prestou serviços ao governo municipal. Embora a empresa tenha optado por não comentar oficialmente, declarou ainda confiar na palavra do prefeito para solucionar o problema.
Adriano Araújo, por sua vez, preferiu não comentar sobre as contas da prefeitura. Quanto à campanha, ele afirmou que alguns dos acertos financeiros não passaram por ele e declarou ver a derrota nas eleições como um “livramento divino”.
Com a possibilidade de Pedro Oliveira enfrentar problemas de inelegibilidade por dificuldades em fechar as contas, e o próprio Adriano Araújo possivelmente também impedido de disputar futuras eleições, a comunidade de Curaçá acompanha atentamente o desenrolar dessa crise, aguardando novas revelações e possíveis consequências judiciais.
Fonte: Noticia dos Municípios
Jornalista Edgar Queiroz