O líder do União Brasil na Câmara de Vereadores de Salvador criticou o governador Jerônimo Rodrigues (PT) pelo ataque ao vereador Sidininho, ao qual chamou de irresponsável, e criticou o arrastar do imbróglio da instalação do Veículo Leve sobre Trilho, que assegura já perdurar por 11 anos.
“Então, nós que realizamos audiências públicas desde 2022, mostramos no ano 2023 a inviabilidade do contrato anterior, fomos surpreendidos essa semana com notas do governo querendo, eu diria, atribuir apenas aos três anos de paralisação das obras; ou seja, da retirada dos trilhos e dos trens como responsabilidade do governo. Isso não é verdade”, apontou o parlamentar.
“São 11 anos desde a transferência da CTS, depois uma série de projetos, uma série de estudos foram feitos. Foi feita uma primeira licitação em 2017 e anulada; uma nova licitação em 2018 e agora a terceira licitação. E o que nós estamos aqui afirmando que tudo isso que está passando de errado no VLT é por falta de transparência, de diálogo do governo do Estado com a sociedade e, acima de tudo, com as pessoas que podem contribuir”, avaliou Cláudio Tinoco.
O político aponta que houve erros crasos nos contratos, a exemplo de um cujos vencedores não chegaram a sequer pedir as licenças ambientais necessárias para implantação do equipamento.
“O município de Salvador, por exemplo, no contrato anterior nem recebeu pedidos de licença ambiental. A gente mostra com isso que há falta de diálogo. De transparência do governo, que não realizou uma audiência pública sequer nessa última licitação, está levando inclusive a contestações na justiça. E isso tudo é muito ruim, porque o que todos nós queremos é o VLT, são os trilhos de volta, os trens modernos, transportando as pessoas mais pobres da cidade de Salvador, que são os moradores do subúrbio”, apontou Tinoco.
Custo
O parlamentar de Salvador também criticou o custo da obra, que inicialmente foi orçada em dois bilhões e que já caminha para seis bilhões. Ele também questionou o encarecimento da instalação do modal diante da sua mudança de concepção, saindo de um monotrilho para um VLT.
Ele também criticou o fato do Governo do Estado abrir negociação para adquirir trens seminovos junto ao governo do Mato Grosso para instalar no subúrbio.
“É verdade, nós comprovamos que no contrato anterior houve inclusive um aditivo, alterando o valor do contrato de R$ 2,8 bilhões para R$ 5,2 bilhões; um aumento de mais de 100% em relação ao valor anunciado na época do leilão, que era de R$ 1,5 bilhão. E dessa vez, qual é o valor do VLT? Qual é o valor da tarifa no contrato anterior, se estimar uma tarifa de R$ 2,20, e agora?”, O governo não apresenta”, critica o parlamentar.
“Não abriu ainda qual é a estimativa de valor para a obra e depois para a aquisição dos trens que não está previsto nessa licitação. O governo ainda fica numa negociação etéria de tentar trazer os trens que estão no Mato Grosso há 10 anos, mais de 10 anos. Ou seja, criar uma estrutura nova para colocar veículos velhos lá para transportar as pessoas, isso é uma brincadeira de mau gosto e por isso mesmo eu estou cansado, porque a gente tem trazido a oportunidade de diálogo, realizado audiências públicas. Nenhum secretário foi”, pontua Tinoco.
“O governo não tem esse hábito de prestar informações, desqualifica vereadores. O governador Jerônimo chegou a chamar um vereador de irresponsável… então tudo isso é a demonstração da necessidade que a gente tem de abrir os olhos da população e exigir do governo não só a transparência no processo, mas acima de tudo que essa obra tem início, meio e fim e que todas essas informações sejam colocadas sob domínio público”, criticou o vereador de Salvador.