Sob ameaça de morte e vivendo em cada dia em um lugar com medo de ser emboscada, a prefeita de Cachoeira, Eliana Gonzaga de Jesus (Republicanos), primeira mulher negra da história da cidade heroica, palco da independência do Brasil, ressaltou que não irá renunciar ao cargo.
“Estou recebendo recados de rua para eu renunciar; eu quero deixar claro que não vou renunciar, a coragem vencerá a covardia e o terror psicológico”, destacou Eliana.
Nesta quinta-feira (22), o deputado federal e presidente do Republicanos Bahia, Márcio Marinho, acompanhará Eliana Gonzaga em uma reunião com o secretário de Segurança Pública, Ricardo Mandarino, às 11h, na sede da SSP (Secretaria de Segurança Pública), para tratar das ameaças que a gestora vêm sofrendo.
A chefe do executivo da cidade do Recôncavo que uma vez no ano se transforma em capital da Bahia, teve dois assessores mortos desde que assumiu o cargo, com o peso de 10.448 votos, disse que teve que sair de sua residência e retirar membros de sua família após ameaças: “As ameaças vem desde que vencemos a eleição. Disseram que havia uma lista onde constava o meu nome, do meu marido e do meu filho caçula. Tivemos que tirar algumas pessoas da cidade e levamos para RMS. Inclusive Georlando, que foi assassinado com 19 tiros”.
Ela lamenta não poder estar exercendo suas atividades como gestora por não ter segurança, e cita como exemplo uma visita técnica da secretaria de Obras, que ocorreu nesta quarta-feira (21), a bairros que estão sofrendo com danos da chuvas:
“Liguei para o secretário… Eu gostaria de estar presente, não sou de ligar, eu gosto de participar de forma presencial, mas hoje, neste feriado, eu não me sinto segura de estar em minha cidade”, desabafou Eliana Gonzaga.
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