A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) esteve em Salvador para debater o fim da Escala 6×1 nesta quinta-feira (30). Durante a agenda, a parlamentar criticou duramente a megaoperação realizada no Rio de Janeiro, classificando-a como um “genocídio” do povo preto e um “palanque político” do governador Cláudio Castro (PL).
“Nós estamos vivendo uma era de extrema insegurança. Agora, não se pode matar pessoas sem identificação, entrar num território para atirar, torturar, decepar corpos, amarrar os braços e dizer que isso é método de segurança pública. Isso é estado de exceção, isso é extermínio do povo preto”, afirmou.
A parlamentar rejeitou ainda a avaliação do governador da capital fluminense, que considerou a operação “bem-sucedida”. Para ela, uma operação realmente exitosa é aquela em que não há mortes de policiais nem de jovens. “Não dá para dizer que todo mundo que morreu era bandido. Não se sabe ainda quem são as pessoas que morreram. Não há identificação”.
Erika Hilton acusou o governador do Rio de Janeiro de usar as favelas e a população preta para construir uma narrativa de Segurança Pública às vésperas das eleições.
“Se o crime organizado cresceu da maneira como cresceu no Rio de Janeiro porque ele foi um péssimo governador. E às vésperas das eleições, para fazer palanque eleitoral, usa mais uma vez as favelas, as vidas negras e o povo para criar uma narrativa contra o crime organizado. Uma chacina a céu aberto”, declarou.
Além disso, a deputada afirmou que, junto a seu partido e a movimentos negros e de favelas, buscará a Justiça para responsabilizar os envolvidos pelas violações cometidas durante a operação. “E eu tenho certeza, quando parou as operações, o crime voltou. Foram 94 fuzis apreendidos, e o crime não vive de 94 fuzis”.
“Nós precisamos de estratégia, de inteligência, de tecnologia, de planejamento para enfrentar o que tem sido essa epidemia da criminalidade no Brasil. Agora, em nome de uma pauta da segurança pública matar mais de 130 pessoas indiscriminadamente, sem saber quem são, se são gente de bem, e dizer que isso é proteger o cidadão é mais um fantoche, um Frankenstein da extrema direita para promover caos e atacar o povo preto e o povo pobre que vive nas favelas do Rio de Janeiro”, concluiu.



