A política de Monte Santo vive um momento de forte instabilidade. A prefeita Silvânia Matos (PSB) enfrenta a migração de cinco vereadores da base governista que anunciaram rompimento com sua gestão. O movimento foi acompanhado de um protesto contra os parlamentares e ato de apoio à gestora na sessão desta quinta-feira (16), que terminou em confusão e suspensão dos trabalhos legislativos.
O plenário da Casa ficou lotado por apoiadores de Silvânia, que compareceram em massa em um gesto de solidariedade à gestora municipal. No entanto, o clima rapidamente esquentou diante do novo cenário político, e discussões entre manifestantes e parlamentares resultaram em gritaria e bate-bocas, obrigando a Mesa Diretora a suspender a sessão para conter os ânimos.
A movimentação política que desencadeou o episódio veio com o anúncio do rompimento dos vereadores Paulina, Batista, Carlinhos, Willams e Paulinho da Formosa, que agora integram um bloco oposicionista junto com os vereadores Rodnei, Yure e Emicleiton da Emy’s. Com oito parlamentares, o novo grupo passa a ter maioria na Câmara e já protocolou um pedido para renovação da Mesa Diretora no biênio 2027/2028.
Em nota conjunta, os vereadores justificaram o rompimento acusando a prefeita de adotar uma “postura autoritária e antidemocrática”. Eles alegam ainda terem sido alvos de pressões, ofertas de cargos e ameaças de retaliação, apontando a necessidade de fortalecer a independência do Legislativo e intensificar a fiscalização sobre o Executivo municipal.
A prefeita Silvânia Matos respondeu à crise por meio das redes sociais. De Salvador, onde cumpre agenda institucional em busca de emendas para o hospital e o serviço de atendimento móvel de urgência (SAMU), ela classificou a movimentação como um reflexo de disputas eleitorais antecipadas e da falta de alinhamento político com o grupo dissidente.
Silvânia também destacou que continuará trabalhando pela cidade “com equilíbrio e responsabilidade”, e denunciou que o episódio carrega traços de misoginia. “Infelizmente, quando uma mulher se impõe, ela é acusada de autoritária. Quando é firme, dizem que não sabe dialogar. Há uma tentativa clara de deslegitimar minha gestão com ataques que jamais seriam feitos a um prefeito homem”, afirmou em nota publicada em seu perfil oficial.
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