Foto: Antônio Queirós
Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) reacendeu nesta terça-feira (14) o debate sobre segurança alimentar na Câmara Municipal de Salvador. O levantamento aponta que a Bahia tem 2,1 milhões de domicílios em situação de insegurança alimentar, o equivalente a 5,8 milhões de pessoas — número que coloca o estado em segundo lugar no país, atrás apenas de São Paulo, com 3,3 milhões de lares afetados.
A discussão no plenário se concentrou na ampliação da rede de Restaurantes Populares e na cobrança de R$ 2 pelo prato servido nas duas unidades administradas pelo governo estadual. A sessão foi conduzida pelo presidente da Casa, Carlos Muniz (PSDB), e encerrada pelo vereador Ricardo Almeida (DC).
O vereador Jorge Araújo (PP) afirmou que a prefeitura vem ampliando a oferta de refeições gratuitas e defendeu que o governo estadual adote a mesma política. “Temos milhões de pessoas que almoçam e não sabem se vão jantar, e isso é preocupante, é alarmante. A Prefeitura disponibiliza diariamente 4 mil refeições gratuitas nos restaurantes espalhados pelos bairros da capital, e é inadmissível que o Estado, que diz gostar de gente, mantenha apenas dois restaurantes e ainda cobre do cidadão”, disse.
Na mesma linha, o líder do governo, Kiki Bispo (União), informou que o Plano Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional deve ser implementado em breve e entrará na pauta da Câmara. Ele anunciou ainda que apresentará uma emenda para proibir a cobrança de taxas nos restaurantes populares. “Os usuários são pessoas em situação de vulnerabilidade social e insegurança alimentar. Espero contar com o apoio de todos os pares desta Casa”, declarou.
O presidente Carlos Muniz reforçou as críticas à cobrança e cobrou do governo estadual a ampliação da rede. “O Estado deveria fazer o mesmo que o município, porque muitas pessoas que tentam se alimentar nesses locais não têm condições de pagar nem R$ 1 ou R$ 2”, afirmou.
A líder da oposição, vereadora Aladilce Souza (PCdoB), reconheceu a importância da proposta e disse que a tendência é que a bancada oposicionista apoie o plano. Ela, no entanto, criticou o que chamou de “temor” do prefeito Bruno Reis em relação à aprovação da Tarifa Zero.
O vereador Ricardo Almeida destacou que a emenda apresentada por Kiki Bispo “deveria ser subscrita pelos 43 vereadores da Casa”.



