Heraldo Rocha: Fila da Regulação na Bahia: O Caos que Custa Vidas

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A Fila da Regulação, popularmente chamada de “Fila da Morte”, chegou ao ponto crítico na Bahia. As UPAs de Salvador estão operando muito acima da capacidade — em média, 250 pacientes por dia —, transformando corredores em enfermarias improvisadas. A superlotação não é apenas um problema da capital: hospitais e prontos-atendimentos do interior também estão saturados, empurrando pacientes para Salvador na esperança de uma vaga que demora dias ou semanas.

O cenário é resultado de um colapso na rede hospitalar pública: falta de leitos de urgência e emergência, ausência de retaguarda hospitalar e um gargalo estrutural no processo de regulação. Enquanto isso, vidas se perdem na espera.

Medidas urgentes para minimizar o caos

  1. Ampliação imediata de leitos hospitalares

Abertura de alas fechadas em hospitais públicos e filantrópicos.

Convênios emergenciais com hospitais privados para absorver a demanda reprimida.

  1. Força-tarefa de regulação

Aumento do número de reguladores médicos 24h/dia.

Priorização baseada em gravidade clínica real, e não apenas em critérios administrativos.

  1. Descentralização do atendimento

Fortalecimento imediato de hospitais regionais para reduzir a migração de pacientes para Salvador.

Transferência rápida de recursos e equipamentos para unidades do interior.

  1. Reforço de equipes médicas e multiprofissionais

Contratação emergencial por concurso temporário ou processo simplificado.

Pagamento de gratificações para equipes que atuarem em áreas críticas.

  1. Melhoria da Atenção Básica

Investimento na prevenção e acompanhamento de doenças crônicas para reduzir internações evitáveis.

Ampliação do horário de funcionamento das unidades de saúde de base.

  1. Transparência nos dados da fila

Divulgação diária do número de pacientes aguardando regulação e do tempo médio de espera.

Relatórios públicos sobre evolução das medidas adotadas.

Conclusão

O colapso da Fila da Regulação na Bahia não é um fenômeno repentino — é o resultado de anos de subfinanciamento, má gestão e falta de planejamento. Resolver essa crise exige vontade política, ação imediata e compromisso com a vida. Cada hora de espera é um risco; cada vaga liberada a tempo é uma vida salva.

Enquanto as autoridades discutem, a população agoniza nos corredores das UPAs. E isso não pode continuar.

*Doutor Heraldo é médico e ex-deputado estadual.

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