A Fila da Regulação, popularmente chamada de “Fila da Morte”, chegou ao ponto crítico na Bahia. As UPAs de Salvador estão operando muito acima da capacidade — em média, 250 pacientes por dia —, transformando corredores em enfermarias improvisadas. A superlotação não é apenas um problema da capital: hospitais e prontos-atendimentos do interior também estão saturados, empurrando pacientes para Salvador na esperança de uma vaga que demora dias ou semanas.
O cenário é resultado de um colapso na rede hospitalar pública: falta de leitos de urgência e emergência, ausência de retaguarda hospitalar e um gargalo estrutural no processo de regulação. Enquanto isso, vidas se perdem na espera.
Medidas urgentes para minimizar o caos
- Ampliação imediata de leitos hospitalares
Abertura de alas fechadas em hospitais públicos e filantrópicos.
Convênios emergenciais com hospitais privados para absorver a demanda reprimida.
- Força-tarefa de regulação
Aumento do número de reguladores médicos 24h/dia.
Priorização baseada em gravidade clínica real, e não apenas em critérios administrativos.
- Descentralização do atendimento
Fortalecimento imediato de hospitais regionais para reduzir a migração de pacientes para Salvador.
Transferência rápida de recursos e equipamentos para unidades do interior.
- Reforço de equipes médicas e multiprofissionais
Contratação emergencial por concurso temporário ou processo simplificado.
Pagamento de gratificações para equipes que atuarem em áreas críticas.
- Melhoria da Atenção Básica
Investimento na prevenção e acompanhamento de doenças crônicas para reduzir internações evitáveis.
Ampliação do horário de funcionamento das unidades de saúde de base.
- Transparência nos dados da fila
Divulgação diária do número de pacientes aguardando regulação e do tempo médio de espera.
Relatórios públicos sobre evolução das medidas adotadas.
Conclusão
O colapso da Fila da Regulação na Bahia não é um fenômeno repentino — é o resultado de anos de subfinanciamento, má gestão e falta de planejamento. Resolver essa crise exige vontade política, ação imediata e compromisso com a vida. Cada hora de espera é um risco; cada vaga liberada a tempo é uma vida salva.
Enquanto as autoridades discutem, a população agoniza nos corredores das UPAs. E isso não pode continuar.
*Doutor Heraldo é médico e ex-deputado estadual.



