“Não há maquiagem capaz de esconder a verdade: Salvador está se tornando um deserto urbano”, afirma a petista
A vereadora Marta Rodrigues (PT) afirmou, nesta quinta-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, que o prefeito de Salvador, Bruno Reis, protagonizou mais um teatro barato ao posar para fotos no Jardim Botânico da cidade, fingindo inaugurar um espaço que já existia, enquanto a capital baiana segue como a segunda menos arborizada do país e vende suas áreas verdes à especulação imobiliária.
A petista destacou que, há mais de seis anos, o Conselho Municipal de Meio Ambiente está sem funcionamento — um órgão essencial para a análise criteriosa dos licenciamentos ambientais que seguem sendo liberados sem transparência ou participação social. “É um espetáculo cínico. Uma encenação para enganar a população, como se Salvador não estivesse mergulhada numa crise ambiental sem precedentes”, declarou.
Segundo Marta, é escandaloso que a Prefeitura tente capitalizar politicamente em cima de um equipamento já existente, ignorando a realidade urbana de um município onde menos de 20% das vias possuem cobertura vegetal significativa. “Não há maquiagem capaz de esconder a verdade: Salvador está se tornando um deserto urbano. As pessoas não encontram mais sombra nas ruas. E, enquanto isso, a gestão segue liberando a destruição de áreas verdes e entregando terrenos valiosos à especulação”, criticou.
A vereadora citou como exemplo o caso do desmatamento autorizado pela Prefeitura em uma área de Mata Atlântica no bairro de São Rafael.
“Bruno Reis posa ao lado de plantas enquanto permite que árvores centenárias sejam arrancadas do solo. Isso não é cuidado com o meio ambiente. Isso é hipocrisia com moldura verde”, afirmou.
Marta lembra que dados do IBGE confirmam o colapso: Salvador é a segunda capital menos arborizada do país, perdendo apenas para Boa Vista. Conforme a vereadora, a gestão municipal não possui qualquer compromisso com políticas ambientais sérias. “A Prefeitura despreza o planejamento urbano, ignora os alertas climáticos e ainda quer convencer o povo de que está cuidando da cidade com flores e selfies. Isso não é política pública, é marketing eleitoral”.
Ela ressaltou que organizações ambientais, pesquisadores e movimentos comunitários denunciam há anos a destruição contínua dos espaços verdes de Salvador. “O povo está cansado de propaganda. Querem parques preservados, arborização de verdade, ações contra o calor escaldante e o concreto sem alma que avança sobre nossas vidas. Selfie com samambaia não faz sombra”, finalizou.