O ex-prefeito de Xique-Xique, Reinaldinho Braga, fez duras críticas ao Governo do Estado da Bahia após a divulgação de uma compra de milho que levanta suspeitas de superfaturamento. Em vídeo publicado nas redes sociais, Reinaldinho questiona o valor pago pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), ligada ao governo estadual, que teria desembolsado R$ 26 milhões para adquirir 250 mil sacas de milho — o equivalente a R$ 104 por saca.
Segundo o ex-prefeito, uma simples pesquisa na internet revela que, no mesmo dia em que o contrato foi assinado (29 de abril), o milho era vendido por cooperativas do oeste baiano, região de origem do produto, por apenas R$ 72. “Se esse milho estava sendo vendido por R$ 72, por que o governo pagou R$ 104? Por que o governo pagou mais caro?”, questiona Reinaldinho, apontando indícios claros de má gestão e possível desvio de recursos públicos.
A denúncia surge em meio a um cenário dramático enfrentado pelos municípios do interior baiano, que sofrem com os efeitos devastadores da seca. Segundo Reinaldinho, os 250 mil sacos de milho adquiridos são insuficientes para atender mais de 250 municípios atingidos pela estiagem severa. “A seca foi forte, as lavouras foram perdidas, muitos animais morreram ou foram vendidos magros, por preços irrisórios. A ajuda tem que ser urgente. Não adianta dar remédio depois que o paciente já faleceu”, declarou.
O ex-prefeito também destacou a iniciativa do deputado estadual Sandro Régis (União Brasil), da bancada de oposição, que encaminhou documentação ao Ministério Público solicitando a apuração do caso. Reinaldinho aproveitou para cobrar o cumprimento de uma promessa do Governo Federal, que anunciou a venda de milho subsidiado da CONAB a R$ 60 para os criadores baianos. “Tem que ser pra ontem”, afirmou, reforçando o apelo por medidas emergenciais diante da crise no campo.
A denúncia reforça o clima de descontentamento no interior da Bahia com a condução das ações emergenciais por parte do governo Jerônimo Rodrigues (PT), que já vinha sendo criticado pela lentidão e ineficácia no combate aos efeitos da seca.