Declaração do senador foi compartilhada nesta terça-feira, 6
Em meio à investigação da corrupção envolvendo o Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), o senador Jaques Wagner (PT) destacou que quem colocou um ponto final na “farra” da instituição foi o governo Lula (PT).
Em um vídeo publicado no Instagram oficial do PT no Senado, nesta terça-feira (6), o petista falou sobre o assunto.
“O que me parece estranho, que o pessoal está falando de farra [no INSS], quem é que botou um ponto final na farra? Foi o atual governo. Quando mandou a CGU [Controladoria-Geral da União] investigar, mandou a Polícia Federal investigar, tem gente presa, tem gente sendo investigada, tem gente demitida”, iniciou.
Segundo Wagner, a CGU e a Advocacia-Geral da União (AGU) estão vendo a forma de fazer a devolução, “porque quem roubou não foi o governo, quem roubou foram as associações, e eu vou repetir, não foi agora”.
“E a investigação da CGU é de 19 a 24. Todas as entidades envolvidas se autobatizam de nacionais ou do Brasil, exatamente para poder roubar em qualquer estado. Então é óbvio que houve uma safadeza, um roubo aí, e que nós temos que esclarecer tudo”, completou.
O presidente Lula reuniu hoje, no Palácio da Alvorada, ministros e o novo presidente do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), Gilberto Waller Júnior, para discutir a resposta do governo ao escândalo de descontos indevidos de aposentadorias e pensões.
Lula tenta fechar com a equipe o modelo de ressarcimento das vítimas do esquema revelado pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
O escândalo fez Lula trocar os comandos do INSS e do Ministério da Previdência. Alvo da operação, Alessandro Stefanutto foi substituído no INSS por Waller. Wolney foi escolhido para suceder Carlos Lupi, demitido do cargo de ministro. O INSS é vinculado ao Ministério da Previdência.
Nessa segunda (5), Waller afirmou que plano de ressarcimento está indo para a reta final. A ideia no momento é fazer a compensação de aposentados e pensionistas será feito via benefício do INSS.
O governo precisa definir, entre outros pontos, a origem dos recursos para ressarcir as vítimas e os critérios da fila para devolução do dinheiro descontado de forma indevida.
Operação
A operação realizada pela Polícia Federal (PF) e pela CGU revelou que associações que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.
O esquema, conforme a investigação, teve início em 2019, no governo de Jair Bolsonaro (2019-2022), e prosseguiu neste terceiro mandato de Lula. Entre 2019 e 2024, o prejuízo aos aposentados pode chegar a R$ 6,3 bilhões.
De acordo com a investigação, entidades sindicais que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização e descontavam mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.
A operação apreendeu com os suspeitos diversos itens de valor, entre os quais dinheiro em espécie e carros de luxo, como uma Ferrari, joias, relógios de luxo e quadros.