Ausência de amarração por parte da gestão Jerônimo Rodrigues fragiliza deputados do PP em reta final da concretização da Federação com o União Brasil

O deputado federal Claúdio Cajado (PP) admitiu, em entrevista OFF News nesta terça-feira (22), que há grandes chances da federação entre PP e União Brasil sair ainda neste mês.

O OFF News apurou que o vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, tem declarado a parlamentares sua expectativa de concretizar a federação em ato na próxima semana, em Brasília.

“É como disse Abílio Diniz: ‘eu não me arrependo de ter feito acordo com o grupo do Pão de Açúcar, mas de não ter lido mais o contrato que eu assinei’. Dos 27 estados, 9 não tem problema, 9 tem problema e 9 foi para a nacional decidir. Então os 9 que tem problema, a Bahia está no meio, mas 9 que tem problema, 8 não tem repercussão… é um, Sergipe, outro é Amazonas que não tem ninguém, Pará que não tem ninguém, não tem problema. A Bahia, que ficou nesses que realmente sai prejudicado pela parte do PP, pela parte da União do Brasil, tem outros estados aí, como Paraíba, que deu problema. Foi Paraíba e tem mais de dois aí que não foi tão simples assim”, avaliou Cajado.

Cajado aponta que a situação da Bahia foi a que mais prejudicou o PP, já que há na sigla o desejo de caminhar ao lado do governador Jerônimo Rodrigues, em 2026. Entretanto ele admite que ainda não houve uma conversa formal do governo traçando um plano para os parlamentares que desejam seguir com o governo após a concretização da federação.

” Agora, pela parte do PP a Bahia foi o que realmente ficou em prejuízo, porque os deputados queriam estar com Jerônimo e o partido vai para Neto, então isso criou um problema, para ver como é que a gente vai solucionar isso. Isso a gente tem que conversar, entendeu? O partido, os estaduais e os federais, e tomarmos uma decisão em comum. Se sair, eu acho que é um problema, porque eu saí do DEM e estou pagando ainda, se não fosse, digamos assim, um pouco da condição que eu tenho de conhecimento e da relação que eu tenho com o presidente Ciro, eu ia ficar numa fila, sabe? Então não é fácil você mudar de partido, ainda mais eu, com oito mandatos, entendeu? Então eu acho que o governo tem que avaliar isso, e os deputados também”, pontuou Cláudio Cajado.

“Agora, eu não sei qual vai ser a posição do governo, ninguém conversou com ninguém, então eu não posso falar pelo Governo. Agora, existe sim, de forma majoritária hoje no partido, uma vontade de ficar com Jerônimo. Isso é um fato, mas a gente só vai poder confirmar isso mesmo na reunião da executiva, se sair a Federação, como eu acho que vai, na executiva estadual, para podermos conversar. Agora tem alguns problemazinhos que estão sendo resolvidos, Neto disse que anuncia na semana que vem. Vamos ver, né? Se tiver tudo pacificado, alguns problemas que tem aindanos estados, na questão do como é que vai ser resolvido as dissidências, as divergências, aí tudo bem. Se não, a coisa ainda fica na conversa”, sinalizou o pepista.

“Mas podem dizer: ‘Ah, vou sair, porque não tenho condição de ficar contra o governo’; vamos conversar, o Governo não conversou ainda com a gente, então eu acho que cada coisa, cada agonia no seu dia. A gente precisaria ter uma conversa com o Governo, agora que a Federação vai sair, vai”, reforçou o parlamentar.

Ao ser questionado sobre as notícias que apontavam para um acordo de reingresso do PP na base do PT, que previa a entrega da Seplan e do Detran, Cajado pontuou que nunca tratou do assunto, tendo tomado conhecimento das supostas negociações apenas através de notas na imprensa: “Não sei, não sei porque essa conversa de Seplan, Detran, eu não fui informado de nada. Eu não mantive conversa com ninguém, então foi só a imprensa que falou. De fato o presidente, deputado Mário Negromonte começou a conversar, mas as conversas, mesmo antes de anunciar a Federação, não tiveram conclusão. Então ficou mais como se fosse uma tentativa de conversa”.