O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou nesta quarta-feira (16) que a movimentação de prefeitos e lideranças antes alinhadas a ACM Neto (União Brasil) reflete uma ruptura causada pela maneira como o ex-prefeito de Salvador trata seus aliados. Segundo Rui, há uma percepção crescente de que Neto mantém uma relação “utilitarista” e marcada pelo “desprezo” com aqueles que o apoiam.
A declaração foi feita durante entrevista à rádio Bom Dia Feira, quando o ministro comentou os sinais de aproximação de antigos aliados de ACM Neto com o governador Jerônimo Rodrigues (PT), que deve disputar a reeleição em 2026. “A ficha caiu para todo mundo. Esses prefeitos, essas lideranças, se deram conta que ali é igual a Mandacaru: não dá sombra, nem encosto”, disse o ministro.
Entre os nomes que estariam repensando sua posição política estão Junior Marabá (PP), prefeito de Luís Eduardo Magalhães, e Bira da Barraca (União Brasil), de Mata de São João. Ambos eram considerados próximos a ACM Neto. A mudança de postura se intensificou após críticas públicas à condução do ex-prefeito e à falta de espaço para aliados no projeto político de oposição ao governo estadual.
O caso que mais chamou atenção nos últimos dias, no entanto, foi o do prefeito de Feira de Santana, Zé Ronaldo (União Brasil), que tem demonstrado distanciamento de Neto e iniciado aproximações com o governo Jerônimo. Rui Costa relembrou um episódio de 2022, quando Zé Ronaldo teria sido preterido de última hora na formação da chapa majoritária de ACM Neto. Segundo o ministro, o político feirense foi convidado com a esposa para ir a Salvador, com a promessa de ser anunciado como integrante da chapa, mas acabou sendo dispensado de forma seca e sem explicações.
“Na política da Bahia, eu não me lembro de ter visto uma humilhação desse tamanho com um aliado. Isso, evidentemente, deixa marcas”, disse Rui.