Em 2025, Lajedinho — município com cerca de 3.500 habitantes, localizado na Chapada Diamantina — viu-se privado de uma das mais antigas e respeitadas tradições da Semana Santa: a distribuição do peixe feita pela Prefeitura.
Um gesto de solidariedade que atravessou décadas, sempre garantindo alimento na mesa de centenas de famílias, sem nunca exigir filiação partidária ou favores políticos.
A suspensão repentina de uma ação social tão enraizada e simbólica se deu por conta de uma denúncia oportunista, movida por interesses políticos, apresentada pelo ex-prefeito Marcos Mota e seus aliados contra a atual gestão do prefeito Antônio Mário (PSD). É o que podemos constatar no processo nº 0600396-71.2024.6.05.0087, em trâmite na 87ª Zona Eleitoral de Ruy Barbosa, onde o ex-gestor alega, sem provas definitivas, que a entrega de peixes teria fins eleitoreiros — ignorando o fato de que essa distribuição ocorreu, inclusive, em sua gestão, anterior à do atual prefeito.
O cuidado com a legalidade falou mais alto, mas o custo da precaução recaiu, como sempre, sobre os mais necessitados, uma vez que o município, apenas com base na denúncia, foi forçado a suspender a entrega dos cerca de 5.500 quilos de peixe previstos para beneficiar mais de 1.050 famílias.
Enquanto o processo se arrasta, o peixe não chega e quem perde são as famílias lajedinhenses que, em plena Sexta-Feira Santa, sentem na pele o peso da política rasteira praticada pelo ex-prefeito Marcos Mota, que em vez de contribuir com o bem-estar da população, optou por acionar a Justiça para interromper um benefício coletivo.