Diante da escalada de conflitos por terras no Extremo-sul da Bahia, o governador Jerônimo Rodrigues (PT), admitiu nesta terça-feira (25), durante apresentação de pacote de entregas e autorizações do Governo do Estado em celebração ao aniversário de Salvador, interesses e tensões no Extremo-sul da Bahia, mas diz esperar dar continuidade às negociações para investigar ‘quem está por trás’ dos relatos de invasões, violência e disputas territoriais envolvendo indígenas e produtores rurais.
Os secretários estaduais Adolpho Loyola (Relações Institucionais) e Marcelo Werner (Segurança Pública) desembarcaram, nesta quarta-feira (19), na região para acompanhar a situação de perto. A agenda incluiu reuniões com produtores rurais, indígenas e empresários, na tentativa de encontrar soluções para a tensão crescente.
“Olha, no primeiro momento, a primeira ligação que fiz para o prefeito de Prado. Eu não tinha nem reverberado ainda na imprensa. E naquele momento a gente fez o reforço. O coronel Paraíso, que fica responsável pelo Extremo Sul e Costa, de imediato reforçou. Nós também reforçamos o núcleo, que nós temos um grupo de trabalho com a Polícia Federal e a Polícia de Rua da Guerra Federal. Quando é em ambiente federal, como é o caso das indígenas, a Polícia Militar não adentra sem autorização”, aponta o prefeito de Salvador.
“Então, de imediato, a gente fortaleceu, reforçou e começamos a dialogar para ver se encontrávamos um ambiente de negociação. A inteligência está trabalhando para ver se realmente não é o uso de pessoas indígenas de forma inadequada, mas nós estamos tratando isso. Já tivemos lá a presença do meu secretário de Segurança Pública, Werner, que foi acompanhado pelo meu secretário de Política, Adolfo Loyola. Fizemos uma reunião com os proprietários, com o agro e, nós fizemos o convite para que essa semana o movimento indígena também ser recebido aqui para a gente poder trabalhar. E é isso que está puxando”, explicou o governador.
Ele deu como exemplo, um ato semelhante que ocorreu na Chapada Diamantina solucionado com êxito.
“Nós tivemos também um movimento muito próximo ali na Chapada de Diamantina e nós conseguimos abortar com diálogo, negociando. Eu espero que essa semana a gente possa novamente dar continuidade às negociações para que a gente possa investigar a quem está por trás disso, porque nós temos tido uma maturidade muito grande no agronegócio, com o Movimento Sem Terra, com o Movimento Indígena, para a gente poder sentar na mesa e ver. Tem um momento de regularização fundiária que é de responsabilidade do governo federal. Temos cobrado bastante no Ministério da Justiça, com o governo federal. Espero que a gente possa chegar a uma agenda de comportamento maduro, sabendo que existem interesses e tensões. Mas na nossa ação, nós não abrimos mão do lugar da segurança pública que está atuando.