O ex-deputado federal e secretário municipal de Governo da gestão do prefeito Bruno Reis (União Brasil), Cacá Leão, e o deputado federal Cláudio Cajado, ambos membros do diretório do PP, apontam que não houve uma confirmação da federação entre PP e União Brasil, na última terça-feira (18), diferente do que foi noticiado.
Eles explicam que o que houve foi um aval do diretório nacional do PP para que o presidente da sigla, Ciro Nogueira, seja
“Primeiro, acho que a gente ainda tem um longo caminho pela frente Na verdade, o que foi aprovado nessa última semana, na última terça-feira, em Brasília, foi a autorização para que o presidente Ciro Nogueira [PP] pudesse continuar as conversas com a União Brasil para que a gente possa ter uma possível federação desses dois partidos”, explica Cacá Leão.
“Eu enquanto deputado federal, inclusive, participei da elaboração dessa legislação, que quando se foi dado o fim das coligações, a gente criou a possibilidade para que os partidos pudessem se federar para disputar as eleições e a consequência disso seria a condição de que eles ficassem juntos. Pelos quatro anos após a formalização desta”, arrematou o secretário de Salvador.
“O que tivemos foi uma autorização para o presidente conduzir as negociações. É preciso responder alguns questionamentos: como é que ficariam as decisões a serem tomadas pela federação? Como ficará em cada estado o mando de campo? Ou seja, Ciro agora teve a delegação do partido para poder conduzir as negociações e no prazo que concluir apresentar a Executiva Nacional que terá que deliberar através de votação, ou seja, esse foi o primeiro passo, mas tem outros ainda, principalmente o passo final que é fazer com que haja uma reunião da Executiva para votar a federação”, pontua Cajado.
“Então não foi aprovado nada. A título de encaminhamento desse federação, foi aprovado por aclamação a delegação para o presidente do partido, Ciro Nogueira, dar continuidade às tratativas de forma objetiva para que o partido possa ter conhecimento de quais são as regras. Então você tem que fazer um estatuto. É como foi antigamente a fusão do DEM com o PSL. Então você tem uma série de decisões, a decisão aí só pode ser por dois terços, tem que ter a executiva participando, então ele agora ficou autorizado a fazer isso, a ver quais são as regras dessa federação”, explica o deputado federal do PP.
“Agora, obviamente, por ter sido por aclamação, existe uma grande chance de, de fato, a federação ser aprovada, pois todo mundo foi a favor de que dê essa condução pra Ciro. Ora, quem dá essa condução pra ele negociar, tá dizendo que concorda com essa negociação da federação, mas ainda não foi a decisão”, arremata Cláudio Cajado.
A bancada do PP decidiu nesta terça-feira prosseguir com a federação com o União Brasil para formação do que virá a ser a maior força da Câmara com 106 deputados. Para que isso se concretize, falta agora o União Brasil deliberar internamente se quer seguir o mesmo caminho, o que deve ocorrer ao longo da semana.
Atualmente, as maiores bancadas do Congresso são a do PL, com 99 deputados, e a federação do PT, com 80. Na sequência, União Brasil tem 59 cadeiras, PP, 47. A federação se tornaria a maior força do Câmara, com 106 deputados. Ter a maior bancada é importante, por exemplo, para ter preferência na hora de dividir o comando de comissões. O maior partido — ou maior federação — pode, por exemplo, escolher primeiro com qual comissão quer ficar.
A federação também amplia o número de prefeitos, vereadores e governadores dando mais força a união das siglas, principalmente, na disputa eleitoral do ano que vem.