O ex-presidente da ALBA, Marcelo Nilo, apontou uma suposta ingratidão do atual senador Otto Alencar, a quem aponta ter ajudado a não comparecer à CPI da Ebal e a ser vice na chapa do então governador Jaques Wagner, em uma suposta atuação contrária quando disputava uma vaga de conselheiro no Tribunal de Contas da Bahia, em 2024.
“Eu estava na presidência da Assembleia, logo no início de dois, três meses. Entra a chefe do cerimonial e diz: ‘o conselheiro Otto Alencar quer uma audiência, se possível essa semana’. Eu peguei o telefone e liguei para ele. ‘Conselheiro, você quer falar comigo? Ele respondeu: ‘Gostaria’. ‘Eu (respondi) vou aí pessoalmente’. Cheguei lá, ele estava ao Fernando Barros, aquele publicitário. Ele disse: ‘presidente, o deputado de Elmar Nascimento me disse que Álvaro Gomes e Zé Neto estão me convocando para a CPI de Ebal, apenas que eu fui presidente do Conselho’. Eu disse: ‘fique tranquilo que você não irá, você não fez nada errado”, narra Nilo em uma postagem em sua rede social com trecho de uma entrevista.
“Na assembleia, a CPI convida, mas a convocação de quem faz é o presidente e eu não farei. Ele disse: ‘E só para você ficar mais tranquilo, fala com o governador Jacques Wagner’; eu disse: ‘não precisa, quem decide isso sou eu, mas para você ficar mais tranquilo, eu vou ao governador Jaques Wagner’; liguei na presença dele: ‘Governador, você podia me receber agora? Ele disse: ‘claro, vem aqui Marcelo’; quando cheguei lá eu disse: ‘governador, o Otto Alencar foi governador, foi presidente da Assembleia, o deputado Álvaro Gomes e o deputado Zé Neto estão convocando ele com a CPI da EBAL’; ele perguntou: ‘ele fez alguma coisa errada?’ Eu disse: ‘não, eu não vi nada errado’. Ele pegou o telefone, ligou para Zé Neto e para Álvaro, deu um esporro: ‘como vocês querem convocar um ex-governador sem falar com o presidente da Assembleia?’ Voltei ao conselheiro Otto e disse: ‘fique tranquilo, está tudo resolvido’, pontuou Nilo.
“Ele disse, eu gostaria de agradecer, eu lhe peço uma audiência que eu agilizo. Ele pediu e eu agilizei, a partir daí ele criou as relações e veio para o governo. Ajudei muito para ser o vice-governador”, aponta Nilo, lembrando que atuou para Alencar desistir de recusar a proposta para ser o vice-candidato em 2010.
“No dia seguinte, eu nem me lembrava mais do assunto, ele (Otto) me liga e disse: ‘Marcelo, você é a segunda pessoa que sabe que eu sou candidato a governador, a primeira é minha esposa. Conte comigo para o resto da vida. Amigos e amigas, o ano passado eu queria ser conselheiro, 41 deputados me prometeram, mas na véspera, Jaques Wagner e principalmente Otto Alencar trabalharam muito para me derrotar. E lembro que eu tentei uma audiência com o senador Otto Alencar, cheguei a falar com sua secretária várias vezes, falei com seu filho (…) e o Otto não me recebeu. É a vida. portanto, é o que eu digo, ingratidão deveria ser um crime inafiançável”, arrematou Marcelo Nilo.