O presidente de honra do MDB, Lúcio Vieira Lima, manifestou preocupação com as declarações recentes do senador Jaques Wagner (PT), que defendeu a formação de uma chapa puro sangue composta pelos três principais líderes do PT (Jaques Wagner, Rui Costa e Jerônimo Rodrigues) para as eleições de 2026.
Em entrevista, Lúcio argumentou que antecipar definições sobre a chapa pode criar divisões na base e enfraquecer o grupo político.
“Estamos em 2025, e a discussão sobre a chapa de 2026 já está em pauta. Antecipar esse debate é arriscado, pois pode gerar cismas. Basta olhar para o que aconteceu na eleição de Jerônimo Rodrigues. Antes dele, eram cotados Wagner, João Leão, Otto Alencar e outros nomes. No final, Jerônimo foi o escolhido e, mesmo assim, iniciou a campanha com 2% ou 3% nas pesquisas, precisando do apoio maciço de toda a base aliada para vencer”, pontuou Lúcio.
Segundo o emedebista, o sucesso eleitoral depende de união e votos, não apenas de nomes fortes. Ele destacou que, para a vitória de Jerônimo em 2022, foi essencial o engajamento de aliados e os votos trazidos por outros partidos, incluindo o MDB, PSD e PT.
“Se nome fosse suficiente, Silvio Santos teria sido presidente, e Antônio Ermírio, governador de São Paulo. O que elege um cargo majoritário é voto, e os votos vêm da soma de esforços de toda a aliança, não apenas de três nomes”, afirmou.
Lúcio também relembrou episódios passados para reforçar sua crítica à formação antecipada de chapas. Ele citou a campanha de ACM Neto, que enfrentou dificuldades ao adiar a definição de sua chapa em 2022, resultando em incertezas e mudanças de última hora.
“Tem que tomar cuidado para que não repita o que aconteceu com ACM Neto. Que se achava com 74%. Demorou para anunciar a chapa, quando anunciou parecia brincadeira de cadeirinha, rodar tirar cadeira, fizeram com Zé Ronaldo, com Marcelo Nilo (…) Tem que tomar cuidado com salto alto, porque quando quebra…”, alertou Lúcio Vieira Lima.
“Isso cria uma atmosfera de instabilidade. Salto alto é perigoso; quando quebra, a queda é maior”, alertou.
Para o presidente de honra do MDB, a prioridade deve ser manter a base unida e construir alianças sólidas.
“Aprendi com o governador Wagner que política se faz somando, não dividindo. Se a aliança não funciona, o resultado é desastroso, como já vimos no passado. É preciso foco e união para garantir a continuidade dos projetos e o sucesso nas urnas”, concluiu.