A devolução de R$ 2,5 milhões da Lei Paulo Gustavo, que poderiam ter transformado o cenário cultural de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), gerou indignação e críticas contundentes por parte do prefeito Luiz Caetano (PT).
Durante a tradicional Lavagem de Vila de Abrantes, neste sábado (18), ele atribuiu a perda do recurso à falta de competência e à irresponsabilidade da gestão anterior, liderada por Elinaldo Araújo (União Brasil), motivado principalmente pela ânsia de eleger Flávio Matos (União Brasil), seu sucessor.
A gestão atual constatou uma série de irregularidades na seleção de quatro editais: Camaçari Audiovisual; Camaçari Criativa; Bolsa Cultural; e Mestres e Mestras da Cultura.
Segundo Caetano, os recursos federais destinados ao fortalecimento da cultura na cidade não foram devidamente utilizados pela administração passada, resultando na devolução do montante aos cofres da União.
“Esse recurso podia transformar a cultura de Camaçari. É lamentável que tenhamos perdido essa oportunidade por conta de uma gestão que agiu sem responsabilidade”, declarou o prefeito.
Empréstimo
Caetano também citou outro episódio polêmico envolvendo a gestão anterior: a construção de um campo de futebol em um terreno privado. De acordo com o prefeito, a obra foi realizada de forma irregular e financiada por meio de um empréstimo com a Caixa Econômica Federal.
“A incompetência do governo passado, você viu o que aconteceu aqui na Malícia? O prefeito, na ânsia de querer ganhar a eleição, vai lá com o candidato dele na Malícia e promete o campo de futebol. Aí toma um empréstimo na Caixa Econômica, empréstimo na Caixa Econômica pra fazer o campo de futebol”, lembrou Caetano.
“O que ele fez? O que ele fez em uma área privada é de uma irresponsabilidade, no sentido de tentar envolver a população para poder virar o resultado eleitoral. (…) eu vou ter que apurar isso, estou apurando, denunciando, estou apurando. Vamos oficializar para que esse recurso retorne”, garantiu o prefeito.
Caetano ressaltou que a situação está sendo apurada e que pretende judicializar o caso para responsabilizar os envolvidos: “Estamos organizando o município para resolver essas pendências e garantir que a população tenha um atendimento pleno e eficiente”, acrescentou.
Além de criticar a falta de planejamento, Caetano também destacou o papel da Caixa Econômica Federal, que, segundo ele, deveria ter sido mais rigorosa ao aprovar o financiamento de uma obra em terreno privado: “Não era para a Caixa ter aceitado isso. É uma falha que precisa ser corrigida para evitar novos problemas como esse”.