O presidente Lula declaro, em coletiva neste domingo (14), que acredita que Braga Netto tem direito à presunção da inocência, mas que se for culpado deverá responder pelo que fez — se referindo à trama golpista para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022, e ao plano de assassinar autoridades, que incluía Lula como alvo.
“O que aconteceu nesta semana com a decretação da prisão do general Braga, eu vou demonstrar para vocês que eu tenho mais paciência e sou democrático. Acho que ele tem todo direito à presunção da inocência. Eu não tive, eu quero que eles tenham”, pontuou Lula.
“Todo direito e todo respeito para que a lei seja cumprida, mas se esses caras fizeram o que tentaram fazer, eles terão que ser punidos severamente. Esse país tem gente que fez 10% do que eles fizeram e foram mortos na cadeia”, arrematou o presidente.
Lula voltou a criticar a trama, e reforçou que não se pode aceitar desrespeito à democracia e à Constituição.
“Não é possível a gente admitir que, num país generoso como o Brasil, a gente tenha gente de alta graduação militar tramando a morte de um presidente da República, tramando a morte do seu vice, e tramando a morte de um juiz que era presidente da Suprema Corte Eleitoral”, prosseguiu.
Volta a Brasília adiada
A previsão inicial era que o presidente voltasse a Brasília na segunda-feira (16). Contudo, a equipe médica informou que ele deverá permanecer em São Paulo pelo menos até quinta (19), quando passará por uma tomografia de controle e reavaliação.
Ele ainda não teve alta médica, pois vai continuar sendo acompanhado pela equipe, mesmo de casa.
Segundo os médicos, Lula está liberado despachar, mas está impedido, por exemplo, de fazer atividades físicas e de fazer viagens internacionais.
O presidente deixou o hospital no início da tarde desde domingo acompanhado da primeira-dama Janja.
Prisão de Braga Netto
O ex-ministro da Defesa de Bolsonaro foi preso preventivamente neste sábado pela Polícia Federal no Rio de Janeiro.
A medida é fruto dos desdobramentos do inquérito que apura a trama golpista no fim de 2022 para manter o ex-presidente Bolsonaro no poder. A prisão preventiva não tem tempo para acabar.
Ao pedir a prisão preventiva, a PF argumentou, entre outras coisas, que o ex-ministro de Bolsonaro atuou para atrapalhar as investigações.
O pedido da PF foi autorizado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, que decretou a prisão.