Depois de ensaiar um movimento de aproximação mais acentuado com o governo Lula, o deputado federal Elmar Nascimento (União Brasil) surpreendeu ao declarar voto contrário aos requerimentos de urgência aprovados na noite de quarta-feira (4) para acelerar a votação de duas matérias do ajuste fiscal anunciado pelo Planalto.
Os projetos são prioridade na agenda da equipe econômica, que estima cortar R$ 70 bilhões para ajudar o governo a atingir a meta fiscal. Um deles busca ajustar as despesas ligadas ao salário mínimo aos limites do arcabouço fiscal e o outro autoriza o governo a limitar a utilização de créditos tributários em caso de déficit nas contas públicas.
Além de Elmar, outros três baianos do União Brasil votaram contra o governo: José Rocha, Leur Lomanto Júnior e Paulo Azi, presidente da sigla na Bahia.
A avaliação nos bastidores é que Elmar teria se irritado com restrições que vão haver por parte do governo contra a Codevasf, companhia que ele exerce controle desde o governo passado.
Para além disso, havia também em uma ala do União uma pressão contrária ao discurso pró-Lula que Elmar apregoou nas últimas semana, sinalizando intenção de apoiar a reeleição do petista, apesar de a legenda apresentar o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, como pré-candidato à Presidência em 2026.
Curiosamente, nesta quarta, Elmar Nascimento teve uma conversa com ACM Neto, vice-presidente do União Brasil, com quem teve estremecimentos desde que perdeu força na disputa da presidência da Câmara dos Deputados contra Hugo Motta (Republicanos/PB).